Tudo continua
Autor: Rui Correia on Thursday, 10 April 2014Velo a minha felicidade
Sentado ao lado
Da minha multiplicidade
Que me tem abraçado
E, de mão dada com a saudade,
Eu procuro-te no sempre
Enquanto mais uma rosa se abre.
Velo a minha felicidade
Sentado ao lado
Da minha multiplicidade
Que me tem abraçado
E, de mão dada com a saudade,
Eu procuro-te no sempre
Enquanto mais uma rosa se abre.
Na dança ensandecida de amores tão sinceros
Onde flores conhecidas desabrocham cogumelos
Há olhares comedidos que tão logo hão de tê-los
Bem nos veios dessa terra de produtos tão austeros
De vontades conhecidas e desejo alienado
Com perfume emudecido e odor de puro mel
Sobre casas e telhados caminhando até o céu
E por guia diligente algum pardal embriagado
No crescimento displicente e no ensejo tão ambíguo
Comovido ferozmente pela paz que é real
No tronco nobre do carvalho ou na veia do cereal
Sonhos! São como nuvens...
Gosto de olhar o céu! Ver nuvens brancas
de algodão macio !Palácio de almas !
Descobrir as sombras que vão criando,
Com raios de luz que as vão trespassando !
Ora há cabrinhas, imensas! E alvas !
Ora há princesas, chorando, cativas.
E monstros horrendos que as vão espiando.
Ou flores belas... se vão esculpindo !
Assim são os sonhos...tal qual as nuvens!...
Nascem, são reais...parecem credíveis !
Mas o tempo diz que são perecíveis.
UM TER
E LER.
DEUS.
AMO
DE TUDO.
DE TUDO.
DE TUDO.
Não sei porquê tenho hábito de, de alguma forma, arquivar todos os momentos passados que alguma coisa significaram. Quando os observo não posso deixar de notar o quão as pessoas são voláteis na sua opinião, o quão curto é o “para sempre” e que as promessas não são nada mais nada menos que “compromissos para não cumprir”…
Tantas vezes estive tão perto...
Contando toda história que nos brota como flor
Onde quer que haja vento que lhe possa escutar
Na certeza de calar com poesias toda a dor
Todo o mal e todo o sangue que no mundo foi brotar
Ainda que nos haja muita guerra e má vontade
Do fundo dessa arte ainda virá outra realidade
Ou qualquer sopro de certeza que nos vala a pena ter
Reunido em cada linha que o mundo possa ler
Toda a minha vida
caminhei lentamente
rumo a uma saída
de carácter inexistente.
Via apenas a luz
e fui desgastando o couro
para perceber que tudo o que reluz
nem sempre é ouro.
E agora, sem luz e sem destino,
caminho por caminhar
o caminho divino
dos que caminham
para não parar.