Há mais sedes que água...
Autor: Gila Moreira on Thursday, 27 March 2014afogada aqui no meio do texto
e a minha vida é uma respiração de boca-a-boca
com o silêncio divino
ladeando o abismo da sede em outras águas.
Gila Moreira
afogada aqui no meio do texto
e a minha vida é uma respiração de boca-a-boca
com o silêncio divino
ladeando o abismo da sede em outras águas.
Gila Moreira
Chegarás de mansinho,
perfumando as sombras do Jardim,
encarnada na mais bela flor
que o campo do meu coração acolhe,
e não deixarás nunca a minha Alma sangrar.
Chorarei de alegria,
para que dela faça uso.
Gila Moreira 21/03/2014
Vagões de alegria contemplam
o regresso á página da primavera.
O som do rasgo labial do comboio,
seca o pranto das flores de cor azul,
que embelezam o caminho
que rompe o vazio da terra.
Gila Moreira 24/03/2014
Falo de ti ás pedras da minha rua,
se vens e pisas o caminhar,
sempre que de mim se desnuda,
está sempre presente o teu olhar.
Esse que eu imagino e não vejo,
em busca do vazio do céu,
onde o sol ilumina é desejo,
as estrelas na noite o seu véu.
Gila Moreira
Levanto-me do silêncio do sonho,
e o coração pernoita no vértice do naufrágio
somente para escrever-te.
Aquecemos os corpos dormentes
no labirinto mais fundo
de ausência e vazio rubro.
Tanto sol no colapso e
tanto barco na solidão
dilacerando o obscuro tacto do amor furioso.
Aqui escorre o teu nome,
escorre o sangue no oculto desejo,
escorre os ventos contrários,
Dói-me a minha nuvem no teu desaguar,
onde as noites são infinitas
e as tardes eternas.
Vou voar com o vento e no céu tocar…
Gila Moreira
Beijar teu rosto ausente,
voar em liberdade no inferno do céu
é lacrimejar as minhas nuvens de dor.
Só me resta as estacas da saudade
que espetam em raiz crescente até á boca,
onde nenhuma palavra alcança o mundo,
mas mesmo assim grito o silêncio.
Gila Moreira 27/03/2014
Minha boca não saberá nunca
dizer adeus,
afinal eu ainda te amo.
Não foi este amor impossível
que eu queria,
esta distância eterna,
este exílio mudo,
esta solidão perpétua.
Procuro-te e invento o tempo,
o mar de sonhos,
o beijo presente,
o corpo movediço,
quente e
exsudado de prazer.
Agora o que de mim
HERÓIS ESQUECIDOS
Não vos louvo tão bem como queria.
Soldado, refugiado, bombeiro...
Heróis dos tempos e de cada dia,
Dais-vos em cada luta por inteiro.
Sois vós, heróis valentes e incógnitos,
De corpo a pedir-vos quietação,
Já doridos, suados e aflitos,
Persistis...com vigor , dedicação !
Nos, absortos em nosso comodismo,
Tantas vezes ingratos, insensíveis
Vivemos...e seguimos impassíveis.
E eu hoje esqueci meu egoísmo
Nasce a espuma na boca do Sol da ternura,
navego o limiar do teu corpo
mais amante durante a cintilância da lua.
Rendo-me ao alfabeto de nexo desmedido,
rendo-me à desordem das ondas,
não posso não desejar
o desejo de jamais ter-te em mim,
desce porém até à argila húmida,
bebe-me a sede tão perdidamente sem nome.
E começa a minha mão a tocar-te
no fundo da vida,