Sismo do Amor

Venho aqui despir-me e banhar-me em ti,

entre o Sol da noite e a luz do amanhecer.

Devora-me se puderes,

devora a minha urgência de transformante de tudo em nada,

ser o não ser do ser desejo em atmosfera inflamável.

 

Respira-me o ar inteiro da paixão até nada,

apenas vapor da pele,

rasga-me o recatado beijo de lábios,

em quatro lábios na partitura da ânsia,

verte-me em pedra húmida até á margem

do remanso afecto.

Vadiagem

Corpo de texto vadio em espírito leve,

memória incessante da vagabundagem dos pensamentos,

onde o sangue queima a veia do poema.

 

Quanta vadiagem cifra os sonhos quentes dos Amantes,

quanta nudez toma a liberdade de ti,

quantas paixões navegam aqui,

digo-te hoje que o desejo vagueia no vazio

da onda fantasma da ilusão.

 

São rasgões estranhos entre o temor e o espanto,

suturados de Amor na respiração anfíbia da Aurora,

Mente inquieta

A poesia faz eco na floresta do meu sentir,

por um segundo parece-me que outras vozes

do meu sentir  clamam e teimam silenciar esta inquietude,

minha mente inquieta é muro denso ao chamamento.

 

Mais uma mancha de metáforas invadem o meu poema,

o mar de Amor que sempre desejei parir,

nasce aqui em papel branco de mim,

Onde a mente inquieta

navega nas sílabas do verbo Amar.

 

Foste tu, mente inquieta,

Pages