Sou dentro o clarão nos poemas da Florbela Espanca

Noivado estranho no coração deserto

é Cegueira constante da memória

que alastra e queima em Maior tortura no vazio  de um livro.

 

Que Desalento o poema do poeta Só  e Errante.

Texto de sílabas derrama a lava dos vulcões

em papel branco de mim

ferindo o peito roto onde bate o ritmo dos meus Sonhos.

 

Amores Perfeitos...

Amores Perfeitos...

Sarámos num mundo tão despido,
onde em tempos demos mãos comprometidas,
construímos o nosso túmulo às escondidas,
em festim de metáforas sem sentido.

Das sombras ecoavam palavras perdidas,
eufemismos de enfermo, não de amigo,
há espinhos onde outrora foi postigo,
e há cadáveres, chagas... despedidas.

Nesse mundo há alicerces de vime,
presos por uma corda sublime
feita dos teus cabelos e jeitos!

À VOLTA DA FOGUEIRA

Os pés molhados pedem lume forte.
Na fogueira nostálgica, memórias
Despertam para a vida, com vitórias,
Com derrotas e sempre alguma sorte.

Quando inverna e aperta o vento norte,
A chuva e o frio, abrem as oratórias...
À volta do "borralho", ouvem-se histórias
Que a palavra é feliz como consorte.

O lume é tantas vezes ternurento...
Dócil como mulher apaixonada,
Que não deixa que o seu fogo arrefeça.

À fogueira ninguém solta um lamento,
Mesmo quando vem “velha” desvairada
Pousando docemente na cabeça.

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