Esta vida é um borrão! Um borrão!

Um abraço russo apertado colossal
A respirar o gelo dos que em sonhos e sorrisos estão cansados,
Onde os campos selvagens crescem,
Donde vieram as águas do inverno
Para que em minha goela
Pudesse molhar a sede e cantar os pássaros tristes.

Ensina-me a escrever teus cantos de surpresas
A morder seus prazeres e servir o toque
Que neste queixo amo deitar doce na cama verde.

Hóspede dos santos morros que em tua nuca coça
Desce ao pescoço teus dedos
Àquelas mentiras de tons terrosos.

Liberdade Emocional

Liberdade Emocional

 

O medo acabou de ser assassinado

Lá vai um coração fugindo pela estrada

O carinho foi o primeiro a correr

Vi a ilusão se escondendo numa esquina

Ali vai uma paixão caindo aos pedaços

Danou-se um amor, despencou ladeira abaixo

É alguém se livrando das prisões emocionais

 

Charles Silva

O meu conceito de... " Liberdade "

“Todos estamos condenados a ser livres... “

 

O sentir, ver, olhar, sentir-se tocado por tudo que o rodeia, sem indiferença, estranheza, ou mesmo desconhecimento, palpável, inimaginário, abstrato ou erudito, impensável, inesgotável, crescer dentro de si próprio e nos outros... Vida? ... Liberdade?

" in- divindade... "

“ In-Divindade “

 

Eu não preciso de mim,  não preciso do Mundo, nem mesmo do imaginário,

Ainda me lembro da dor, da dualidade das almas,

Das vozes, dos sonhos mortos e ...

Jesus, o que você fez ? O que você finge ...

 

Coloque a vergonha nas chagas, na luxúria e no prazer,

No propósito e na intimidação,

Sob a máscara da minha pele,

" Desmembrado... "

“ Desmembrado”

 

Dilacerei a intenção do extâse, da fecundidade,

Rolei na fantasia recalcada, compactada,

Humedeci no sémem ejaculado,

Criei a Ova da hipócrisia que não pedi...

Por entre sonhos, quanto sono... eu procurei,

No prazer... que a Alma me pediu,

Rasguei a pele, caí na lâmina germinada,

Cortei a veia, neguei o Céu... tudo acontece,

" Veneno..."

 

Veneno

 

O espírito está morto ... Não sei de mim, aqui no vácuo...

Porquê a vida?

Ecos da morte, Na memória ... Acordados,

Solução, fluidez, Dança a Magia...

Não há vestigio, não há mais lágrimas,

É a hísteria

Opacidade, 

Anestesia...

É o desejo,  no ódio escondido,

É a vontade... é o veneno contido...

 

A Alma corre, dispo o meu Espírito,

Não vos dou nada...

 

Ir de queda em queda...

Estou... Sentado... Um quanto embalado
Por uma sonoridade clássica romântica...
Estou... Quase deitado... E quase afogado
Neste quadro embelezado de poética
Sinfónica límpida... Relaxante,
Como que tocada pelas melhores orquestras.
De uma transparência de som envolvente...
Em eloquente figurativo às ditaduras!
Deixando ofegantes, como gás que se inala;
Até o globo se regala;
A pupila estala; No sangue coágulos;
Sons gigantes; Sons gritantes malévolos; e...
Tudo - até mesmo o que não é - se cala...

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