ALFABETIZANDO

Ah! Quem não lembra quando na vez primeira
Sentou-se Joaquim tímido na carteira?

Aquele pedreiro cheirando a concreto,
Pai de família, modesto, analfabeto...

Perante o quadro negro todo encolhido,
Temendo o abecedário desconhecido.

Tão cuidadoso co`as folhas da cartilha,
Segurando-a qual sua primeira filha.

Com a língua no lápis molhando a ponta,
Repetindo as vogais sem qualquer conta.

No caderno a letra feia “destrilhada”
Feita no tremor da mão tão calejada.

GÉLSON MARQUES RODRIGUES

Filho de mecenas, pária sapiente
Teus olhos são estrelas luminosas
Que no céu tristonho se vão saudosas!
E deixa-nos um negrume plangente.

Tu deixaste em mim, poeta, um rumor
Do grande ermo um acalanto fagueiro,
A lembrança de quem se fez guerreiro
Oprimido por tanto dissabor.

Em cismar vejo entre as trevas do véu
Da senhora que te ofertou a glória,
Teus sonhos humildes de poviléu.

Acabou-se tua mágoa irrisória...
Enfim amigo, tu cantas no céu
E divaga augusto na minha memória.

Caminhos

Desde pequenos que vemos a vida passar como o folhear de um livro. São tantos os momentos, as aventuras que nos marcam e as quais juntamos ao álbum "recordar".

Olhamos a cronologia da vida e percebemos que passou num ápice, como se nem a víssemos.

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