Segredos
Autor: CharlesSilva on Thursday, 21 November 2013Segredos
Segredos
O Momento
O momento único que guardo no coração é
o teu sorriso desenhado na tela do rosto,
a ternura da carícia dos teus dedos de água fina
pousados no meu novelo de fios de seda que envolvem a mente,
o sentimento de saudade que transborda no olhar,
a tua ausência em presente Amor.
Faço do Momento Outonal as cores da paixão,
o desejo acolhedor das asas de que eu sou feita,
a música sinfónica do vento em corpo de mim,
a liberdade de ser na razão do existir,
Primavera
Prima pela alegria de pétalas colorida ao ar
Prima pela beleza multicores á brilhar
MÁGOAS
Podes sair, fugir, correr
Mas não te podes esconder
Por entre a minha sombra
Sempre difusa.
Rasgas o tempo onde te guardas
Nos silêncios do teu querer
Fazes pequenas construções no meu afeto
Prendes nos meus os teus olhos de musa.
Por entre a aleivosia do momento
Posso fingir que não quero ver
Injurias, cânticos, lamurias, feitiços de lua
Onde no rio do além danças nua.
DEUSA DA APARIÇÃO
No vento da noite o murmúrio do som de um violão
Um som que ecoa, uma voz que canta num tom que balança
À luz da fogueira vozes se juntam num velho refrão
Um corpo frenético, ao ritmo da música pula e avança.
Descalça de cabelos ao vento graciosa como uma gazela
Em movimentos ondulantes, num corpo de escultura
De recorte de Deusa Pagã, fresca e jovem, pura e bela
És poesia em movimento num soneto à formosura.
POEMA ADORMECIDO
Poeta tímido, que te escondes no silêncio cinzento do teu poema
Castrando a inspiração na brandura da tinta dormente do teu verso
Eu moro onde habita a tua dor, nessa estrada que percorre a tua pena
Bebo a água fria do teu lago, onde a inspiração, ascende ao universo.
Poeta sem língua, filho de um poema esquecido
Fustigas o remorso no castigo de uma vida sofrida a sós
Transportas a angústia no choro da tua aura de poeta adormecido
Queres que seja branda essa dor, então, faz da pena a tua voz.