Das coisas do chão ( para Manoel de Barros, Poeta do Pantanal)

 

 

 

DAS  COISAS DO CHÃO

(Des)fazedor de poesia...

Quando  descobri  esse Manoel

fui tomada de assombro:

Manoel de Barros,

do barro do Pantanal,

das grandes coisinhas do chão,

capaz de transformar pedra,

pau, graveto e formiga

em versos  e alegoria!

E qual não foi o meu espanto

ao vê-lo  poetizar as coisas

e coisificar a poesia...

( Para Manoel de Barros, Poeta do Pantanal, 12/11/2013)

O Sentido Dito

O Sentido Dito

 

O conto, eu mesmo escrevo

A poesia, eu mesmo faço

No entrelace das palavras avulsas

A magia harmônica das frases expressa-se

À distância ou a proximidade dos sentidos

Derramo-os em páginas e páginas escritas

Sem maiores cuidados, mas com intenções impulsivas

Escrevo gente, escrevo dor, escrevo amor, escrevo ilusão

Escrevo o que não é dito, mas é sentido

 

Charles Silva

O teu olhar

Nas margens da mágoa

Despedi-me da minha dor

Faz frio no breu da noite

Mas sem dor cantam sóis em labaredas

Na fogueira da paixão

Ardem as mágoas que abandono

E nos silêncios que percorro

Abro asas aos sorrisos

Rebento barragens de solidão

E escorro, rio alegre

Nos caminhos sinuosos desta vida

Onde o mar encontra o céu

No horizonte já ali, tão distante,

É o meu destino… o teu olhar!

Apenas eu

Não me apetecem poemas

As palavras perdem-se no vento

Rebolam na lama

Não me apetecem poemas que falem de flores e de sol

Quero verdades

 

Quero de volta os meus silêncios

Os vazios onde me perdia

As solidões onde me abandonava

 

Já disse não

Sentidamente

 

Irritam-me os falsos sabedores

Perturbam-me os deuses de barro tosco

Quero a cinza dos caminhos

As vielas pardacentas

Os rios lavados de mágoas

 

Quero ondas a desfazerem

Miragens sem desertos

Pages