Elaine

O corpo morto no seco enterro
vela a tela do quadro sacro:
A tinta finca n’alma a mágoa
partida, a despedida duma obra
morta pelo tempo lento.
As lágrimas de lástimas,
o martírio, o lírio e a carta...
Elaine jaz na erma saudade.

A dura infância

Eu passei a minha infância brincando
De pega-pega, travessura e carta;
Viravam as cartinhas e eu sobrando,
Choramingando a tristeza que tarda.

Fui gradualmente perdendo meu bando,
Sentia como perdesse a marca,
Via como cicatrizes que sangrando
Davam-me uma virilidade farta.

Saudades desse tempo engraçado,
Vivendo na lembrança genuína,
Morando num nostálgico afago

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