em mim

Suspendi o tempo que me pousou nas mãos

Ave livre sem destino nem porvir

Olhei nas águas lavradas do rio

O desassossego que me habita nos olhos

E sorri

Do peito brotaram-me flores em cacho

Com cheiro a terra e a musgo

Com cores que envergonharam o arco-íris

Estendi-me, dolente

Nas margens deste rio calado

E esperei a lua

Lânguida

Foi meu o mundo todo num momento

Em que desbravei um peito a arder

Senti-me em mim

De volta

E a minha gargalhada

Um dia...

Abro asas na noite escura e parto vestida de breu na busca do sonho esquecido que um dia se perdeu. Sou só eu e o céu, onde se escondem estrelas sem brilho, nos caminhos onde a alma um dia se escondeu.

Ao longe um murmúrio dolente, do meu rio entre fragas… tão manso e solto como a noite, tão livre e perdido…como eu! Amanhã, amanhã talvez a luz me encadeie o peito e um sorriso me vote a fazer sonhar.

Trago silêncios presos nas mãos que se abrem em busca vã. Trago mordaças rasgadas por onde se solta o grito mudo.

Hoje É O Tão Almejado Futuro

Porquê tanto esperamos o futuro
Se jamais ficaremos sem nós?!
Eis que triste presente fazem vós,
E de vós vem o mundo inseguro.

Será que o amanhã trará um ar puro,
E o verde-colorido do vosso a sós?
Há quem diz: o futuro virá depois...
Digo Eu: hoje é o tão almejado futuro.

Como acreditais; há quem também,
Aguarda os dias que sorrirá o cruel,
Passado e o sedento presente seu.

Talvez a razão seja, de serem tão fiel,
Alguns; ao grandíloquo Deus do Céu,
Que Dádivas deu-me até ao meu além

A VIDA É UM POEMA EM CONSTRUÇÃO

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A Vida é um poema inacabado!...
Por muitas palavras que nasçam
Fruto de emoções consumadas,
Existem sentimentos que se disfarçam
Em múltiplas ruelas transviadas.

A Vida é um ato consumado!...
Por muitos planos que se tracem
Para horas, dias, meses ou anos,
São apenas sonhos que se desfazem
Que o Destino tem sempre outros planos.

A Vida é um instante no tempo
O poema que ainda ninguém leu;
Há um Uni_verso em movimento...
Cada um vá escrevendo o seu!...

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As brumas que nunca vi

As brumas que nunca vi

Estou perdido, sem luz.

Tenho medo do desconhecido.

As tecnologias me irritam.

Procuro poesias.

Cartas de amor me fascinam.

Enviar-lhe-ei um buque de flores

Admiramos as estrelas.

Aquela é tua, aquela é minha.

Somos seres invisíveis na escuridão.

Olhe, a lua decidiu nos contemplar.

A nuvem negra já passou.

A lua nos ilumina, saímos da escuridão.

Ó, grandiosa és tua beleza.

Realçada, exacerbada pelo luar.

Os teus cabelos oscilam com o vento.

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