A dança

Dançamos.
O salão era todo nosso. Dançamos.
Dançamos música de velhos como os jovens de nossa idade dizem hoje...
Velhos com a boca amarga pelo ácido da vida
Com penas já fracas e com braços que não apertam mais...

Ah meu bem! dançamos a noite inteira...
Músicas antigas rodando o salão que era só nosso
Meus cabelos pulavam,meus olhos te olhavam e minha boca quem me dera ter te beijado...

Uma nova estrela no céu.

Brilha estrela lá no céu!

E nós aqui embaixo a olhar.

Sem entender o porque...

Deus a escolheste pra brilhar!

Com tantas estrelas

no céu, morando lá no infinito!

Com seus dourados e brilhos...

Não podia aqui, tu ficar?

Não!

Precisou de ti lá em cima!

E com ele tu fostes morar!

Deixa-nos aqui tão tristes.

Sem entender o porque!

Foste tu...

Nos abandonar.

 Saudade Daiane.

Arlete klens.

Vem do rio, minha alma cantando

Olhos

Espetados em mim como navalhas.

A ferro e fogo

Destruo o que me consome

E nas chamas derrubo

O que me engole.

Em tristes passos cansados

Corro um trilho anguloso

E de braços desarmados

Ignoro o que até hoje aprendi!

Não é solução

Nem tão pouco evasão

É sim um pedaço de mim

Que pede libertação

E a correr deslargo tudo

E me ausento por um segundo

Vem do rio, minha alma cantando

É onda firme, triunfando!

Vou deixar a minha terra

Vou amar meu novo ser

Imortalidade

E se a morte de súbito, se suicidasse?

Quem, neste mundo, iria
Estabelecer a contínua ordem da vida?
Ficaríamos da mortalidade, desprovidos

Vivendo no ócio de nunca morrer.
Nossas peles enjelhariam-se, formando fendas negras onde
Milhares de bactérias se deleitavam
Nossos olhos seriam dois pontos clandestinos sob
Frias e cansadas pálpebras
Nossos membros cairiam despedaçados,
derrotados perante a irrelevância temporal.

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