Eu suplico o socorro de Deus
Autor: Madalena on Wednesday, 28 December 2022Eu suplico o socorro de Deus!
Eu suplico o socorro de Deus!
Sobre como será a minha morte?
Prefiro pensar como doerá,
sucumbirei sozinho e sem suporte?
Ou será que dormirei numa cova?
Será então que o pessimismo some?
E não mais escreverei sobre a póstuma
asneira já então lida com porre?
Na garganta nós tomaremos a hóstia
engolida na língua do pecado?
Só espero, enfim, respirar a opaca,
vil, maldita e sórdida dona morte.
Temos agora um novo desafio,
será mais difícil do que já é.
Estou certo nas minhas convicções,
mas também tão perdido.
A aurora da minha vida é agora,
levanto dos ossos destroçados
para enfim viver com mais fé.
Estava morto e inerte na cova,
confortavelmente triste e só,
agora arrepiado na vivaz
aurora da minha história.
Nem com um milhão de ensinamentos
pode-se morrer ligeiramente virtuoso.
A virtude sofre das mazelas do mundo,
decai sobre todas às almas pecadoras,
se corrói nas entranhas da matéria;
Como um parasita, suga o espírito.
A virtude enferma o homem doente,
o enfraquece com um suposto ideal.
Diria que a virtude é a doença sem
prognóstico, mas até estimulada
pela medicina: nossos valores morais.
reflito nos vereditos que desaguam em tanta malevolência; que se inspiram na corrupção de muitos livros didáticos; que expulsam a ternura que aflora ao rosto dos homens.
evito a poeira que flutua no ar para refletir no mundo e nas suas crises deprimentes; para rebater as suas misérias e os seus transtornos duradoiros; para divulgar as suas atrocidades.
O desejo de amar faz do homem
um ventríloquo do mero acaso.
O peito pula e grita como lástima,
se preciso, queima a centelha
necessária pra se viver ouvindo.
O amor sacrifica o orgulho,
é uma liturgia dos antigos deuses,
uma espécie de velho augúrio:
Ritualiza o pecado e invoca
o sublime e puro bem-estar.