Pessegueiro
Autor: Fabio R. Villela on Tuesday, 30 July 2013Nunca pude esquecer o gosto e o desgosto
de afagar as rugas e as cicatrizes
que o tempo e a maldade riscavam em teu caule.
O gosto de sentir o resto de tua seiva insistente
e o frescor da sombra que tanto bebi.
O gosto de ver em tuas flores,
as primeiras poesias que vivi.
O gosto de te saber casa e abrigo
do colibri que nos frequentava
e do gnomo que nos assombrava.
Mas depois, a vida levou as folhas e as almas.
As crianças cresceram, os amores se foram
e os caminhos foram todos andados.