EU E VOCÊ

         60                         DESABAFO

Desabafo do verbo desabafar, não suporto mas a vida, mas tenho que levar!

Levanto de madrugada, susto com gente correndo, outros gritando que estão morrendo... em que mundo estou vivendo?

Som alto à noite toda, não respeitam a lei do silêncio!

Chamar a polícia, não adianta... Eles querem que nós vamos juntos  fazer o som parar! E depois que eles forem embora?

A minha cabeça vai rolar!

É melhor aqui escrevendo, querendo me desabafar!

Madalena Cordeiro

                                  DOSE DE AMOR

Dose de amor bem gostoso de provar.

Faz os lábios ficar doce na hora de beijar!

Madalena Cordeiro

Será que você não entende?!

Que não suporto olhar para você,

Seu jeito, assim, pachorrento,

Faz-me até náuseas sofrer.

Eu vejo este seu corpo gordo,

Balançando mole ao andar,

E eu sinto um incontível nojo,

Que me faz querer vomitar.

Essa sua voz cínica e antipática,

Me põe nervoso, me faz tremer,

Queria saber uma fórmula prática,

De, rapidamente, livrar-me de você. 

Eu já não vejo o seu semblante,

Nos flash-backs do meu amor,

Perdi a linha do horizonte,

Quando o seu sol se apagou.

E as brancas nuvens de ilusões,

Tornaram-se diáfanas e invisíveis,

Ventos fortes e alguns tufões,

Dissiparam meus sonhos impossíveis.

E hoje me vejo assim tão sereno,

Voando nas asas de um romance qualquer,

Com o coração em clima tão ameno,

Preparado para tudo o que der e vier.

A pecha,

Desconexa,

Anexa,

Ao processo.

Sujou,

Maculou,

Complicou,

O meu sucesso.

Denegriu,

Espargiu,

Confundiu,

O juiz.

Sacanagem,

Pilantragem,

Vagabundagem,

Da infeliz.

Baixaria,

Vilania,

Covardia,

Da safada.

Bandida,

Fingida,

Desprovida,

De alma.

Você mente p'ra mim,

Bagunça minha cabeça,

E ri do meu amor.

Me faz de gato e sapato,

Me deixa estupefato,

Com tanta possibilidade de dor.

Você não sente remorsos,

E nem repara nos esforços,

Que faço p'ra lhe agradar.

E eu sempre busco uma desculpa,

Para redimir sua culpa,

E novamente a perdoar.

E assim sou seu cachorrinho,

Que, por um pouco de carinho,

Fica a lhe fazer festa.

Perdi toda minha auto-estima,

Você se sente "por cima",

Insanos Ulisses, só fazemos durante a vida

voltar ao reino perdido, sem que algum Homero

Mão-aberta de coisa nenhuma

E fechada: cheia de mistérios…

Afinal, adultérios!

E que trauma.

Mão-aberta e mão-cheia de tudo,

Desassossega o teu querer

Desassossega o esforço e o enaltecer

Para quê ficar mudo?

Se teus passos se ouvem ao longe

Devagarinho que vás, e por diante

Atropelos à minha mente, terás.

Fica, morde ou range…

Quero-te infiel, galante…

 - Desaparece daqui ó Satanás!