Solestício de verão

Acordo ao amanhecer
Com o chilrear dos passarinhos
Luzes ainda acesas
Com um céu num tom de incerteza
Meio escuro
Dia
De certeza
Tom alaranjado no horizonte
Sinal de calor
Vindo do seu interior
Lindas cores tu tens
Todas as manhãs és diferente
Deslumbras
Com tua beleza
Terror
Teu poder
Querer
Com tuas armas silenciosas
Matas com teu calor
Sem dó
Piedade
Quem se atravessa no teu caminho
Ficará sem destino
Rumo destroçado
Com cheiro a queimado

Vontades ou Ócios

É raro ter força de vontade
No cumprimento de minhas metas,
Nunca tive a pró-actividade
Nem a austeridade dos ascetas.

Mas que bom é, que bem sabe
Fazer o jeito aos caprichos,
Ob'decer cego à vontade,
No néscio jeito de bichos!

Ter que levantar da cama
Sem vontade de fazer nada
E o ocioso leito chama:
"Fica um pouco mais deitada!"

Ai! o prazer que o corpo sofre
Ao deixar estar entre os lençóis...
Deixa estar o dever no cofre
Qu'eu cá estou entre sete sóis!

Reminiscências

 

Reminiscências

Às vezes eu vago em exacerbadas reminiscências, lembro-me de outrora quando tudo era mais simplório e singelo.

Recordo-me de dias tão bons que só a recordação faz meu coração feliz, tais elucubrações enleiam-me...

Fico embevecido quando eu me lembro de tempos pretéritos... Cheguei até ao axioma que tudo mudou quando eu conheci um alguém...

Esse alguém é deveras indubitavelmente a pessoa que mais amei em toda a minha vida, gostaria de evidenciar o seu nome, mas, não o vou... Não posso!

FELIZ MAIOR IDADE

Adquiri a maioridade aos dezoito anos,

Cheio de esperanças e coloridos sonhos,

Assumi a maior idade aos 60 e poucos,

Inflado, ainda, de numerosos planos.

 

Preciso, agora, curtir a melhor idade,

Que vai de hoje até Deus é quem sabe,

Talvez 80, 90, cento e tantos anos,

Ou - acredito nisso - ela nunca se acabe.

 

Porque a vida não se extingue aqui,

Ela segue fluindo em outra dimensão,

Conecta-se ao universo, a um ser superior,

E nos faz eternos, convergindo para a perfeição.

O ELO

O amor se dobra para não romper,

Preenche espaços para não perecer.

Quem ama sabe o que realmente quer,

E por este amor, renova-se, até.

 

Desfazem-se conceitos,

Admitem-se mudançãs,

Procura-se um consenso,

Uma lógica semelhança.

 

Não se ama o adverso,

Nem se gosta do oposto,

Duas pessoas, um universo,

Para o amor é um pressuposto.

 

Então eu me coloco,

Diante de você,

Mostrando-lhe como sou,

Para que venha me entender.

 

Só esta bela absorção,

AULA DE DIREITO

Direito público,

Direito privado,

Não tenho direito,

De ficar acordado.

 

Quando o sono é imenso,

Minha boca só abre,

Os meus olhos se fecham,

E o Direito nem sabe.

 

Penso apenas na cama,

No lençol branco, no cobertor,

E fico queimando as pestanas,

Para enxergar o professor.

 

E as horas vão passando,

E o relógio até parou,

Suportarei até quando?

Acaba essa aula, professor !!!

Minha Cura...

Tenho tanta poesia dentro de mim, 
fustigando, provocando meu peito
querendo sair, voar, libertar-se
e eu fico extasiada com tanto que sai
de coisas que nunca soube que tinha.

Minha poesia explode, expelindo emoção
debate-se, ressente-se expurgando a dor
a fraqueza, a insegurança e a paixão.

A poesia resgata e ilumina
a loucura que existe suicida e muda, 
a poesia psicografa minha dor, 
e materializa em palavras
os extertores da minha sombra.

Belial em San Francisco Poema 1

Belial em San Francisco
Poema 1

Nas costas do fogo
Um corpo de grandeza fidedigna
A individualismo nato,
A natureza ,
A instinto,
Corpo
Sobe até ao pescoço do fogo
E morde-o!

Nos braços da água,
Um corpo de grandeza fidedigna
A individualismo nato,
A natureza,
A instinto,
Corpo sobe até aos lábios da água
E morde-os!

A fibra é o sacarino veneno da inaptidão
A fibra é a adrenalina da carne que procura a vitória!

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