Vontades ou Ócios

É raro ter força de vontade
No cumprimento de minhas metas,
Nunca tive a pró-actividade
Nem a austeridade dos ascetas.

Mas que bom é, que bem sabe
Fazer o jeito aos caprichos,
Ob'decer cego à vontade,
No néscio jeito de bichos!

Ter que levantar da cama
Sem vontade de fazer nada
E o ocioso leito chama:
"Fica um pouco mais deitada!"

Ai! o prazer que o corpo sofre
Ao deixar estar entre os lençóis...
Deixa estar o dever no cofre
Qu'eu cá estou entre sete sóis!

Reminiscências

 

Reminiscências

Às vezes eu vago em exacerbadas reminiscências, lembro-me de outrora quando tudo era mais simplório e singelo.

Recordo-me de dias tão bons que só a recordação faz meu coração feliz, tais elucubrações enleiam-me...

Fico embevecido quando eu me lembro de tempos pretéritos... Cheguei até ao axioma que tudo mudou quando eu conheci um alguém...

Esse alguém é deveras indubitavelmente a pessoa que mais amei em toda a minha vida, gostaria de evidenciar o seu nome, mas, não o vou... Não posso!

FELIZ MAIOR IDADE

Adquiri a maioridade aos dezoito anos,

Cheio de esperanças e coloridos sonhos,

Assumi a maior idade aos 60 e poucos,

Inflado, ainda, de numerosos planos.

 

Preciso, agora, curtir a melhor idade,

Que vai de hoje até Deus é quem sabe,

Talvez 80, 90, cento e tantos anos,

Ou - acredito nisso - ela nunca se acabe.

 

Porque a vida não se extingue aqui,

Ela segue fluindo em outra dimensão,

Conecta-se ao universo, a um ser superior,

E nos faz eternos, convergindo para a perfeição.

O ELO

O amor se dobra para não romper,

Preenche espaços para não perecer.

Quem ama sabe o que realmente quer,

E por este amor, renova-se, até.

 

Desfazem-se conceitos,

Admitem-se mudançãs,

Procura-se um consenso,

Uma lógica semelhança.

 

Não se ama o adverso,

Nem se gosta do oposto,

Duas pessoas, um universo,

Para o amor é um pressuposto.

 

Então eu me coloco,

Diante de você,

Mostrando-lhe como sou,

Para que venha me entender.

 

Só esta bela absorção,

AULA DE DIREITO

Direito público,

Direito privado,

Não tenho direito,

De ficar acordado.

 

Quando o sono é imenso,

Minha boca só abre,

Os meus olhos se fecham,

E o Direito nem sabe.

 

Penso apenas na cama,

No lençol branco, no cobertor,

E fico queimando as pestanas,

Para enxergar o professor.

 

E as horas vão passando,

E o relógio até parou,

Suportarei até quando?

Acaba essa aula, professor !!!

Minha Cura...

Tenho tanta poesia dentro de mim, 
fustigando, provocando meu peito
querendo sair, voar, libertar-se
e eu fico extasiada com tanto que sai
de coisas que nunca soube que tinha.

Minha poesia explode, expelindo emoção
debate-se, ressente-se expurgando a dor
a fraqueza, a insegurança e a paixão.

A poesia resgata e ilumina
a loucura que existe suicida e muda, 
a poesia psicografa minha dor, 
e materializa em palavras
os extertores da minha sombra.

Belial em San Francisco Poema 1

Belial em San Francisco
Poema 1

Nas costas do fogo
Um corpo de grandeza fidedigna
A individualismo nato,
A natureza ,
A instinto,
Corpo
Sobe até ao pescoço do fogo
E morde-o!

Nos braços da água,
Um corpo de grandeza fidedigna
A individualismo nato,
A natureza,
A instinto,
Corpo sobe até aos lábios da água
E morde-os!

A fibra é o sacarino veneno da inaptidão
A fibra é a adrenalina da carne que procura a vitória!

Perdido de ti...

Perdido de ti

Consomem-se-me inglórios os meus dias
arrastam-se-me as horas pesarosas
por entre os meus murmúrios suspirados,
carregados de uma ausência em ferida
pelos cantos magoada e pressentida,
feita de prantos por todos os lados.

Quebranta-se em mim o discernimento
e pesam-me as palavras que não digo,
consoantes em silêncio no meu peito.
Ajeito a minha cruz ao firmamento
e grito suplicando, estarrecido,
por ti que és minha luz e meu alento.

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