O Ferreiro

Na força do ferro
A batida do martelo
Criando resistência
Na tenaz obediência
O ferreiro ranzinza
Assopra o pó cinza
De luto por felícia
Pela vida sevícia.

No perigo diário
Sofre tudo calado
Na barba anciã
Carrega a vida vã
Aposentado só
Morreu sem dó
Escondeu amor
Na forja em dor

 

 

Ainda há tempo

Temos tantos sentimentos
Tantas coisas a serem ditas
Tantos puros lamentos
E situações malditas
Esquece nosso interior
Aos olhos do outro
Na vertigem do abismo
Apagam nosso fogo
Puxe mais um trago
Enquanto dê sumiço
Reze ao sacro, ao
Fugir do compromisso
As lágrimas ignoradas
Cedo ou tarde voltará
Entenda teu inconsciente
Pois, um dia, sucumbirá

Aventura Poética

 

Fernando Pessoa foi um escritor e poeta frequentador de cafés. Era da mesa do café que ele, através da escrita, “viajava” pelo mundo. Muito do que Pessoa escreveu tem a ver com aventura dos portuguêses pelo mar/oceano desconhecido.

Nesta pintura coloco o poeta a escrever na mesa do café que é simultaneamente o cais das colunas como o ponto de partida do sonho poético sobre a viagem; os navios que partem – barcos de papel – são os próprios poemas, que a algum porto hão de chegar.

Abrindo portas

 
 
Nos meus passos diários existem histórias
vivem personagens que riem e choram
alguns são presente, outros memórias
cruzadas histórias que nos meus passos moram.
 
A uns aconchegos no coração
a outros digo olá e logo me despeço
são histórias da minha vida, pois são
mas não desejo o seu regresso
nos meus passos diários
 
A paz abre flores à beira dos caminhos

Saudade

Queria tanto um abraço teu
Queria tanto a boca tua
Para dizer apenas com beijos
O sofrimento das palavras mudas .
O velório ainda em vida
É a saudade !
Que repousa a semente
Que tortura
A distância que se faz presente
Não há alegria que
Alimente o coração
Sozinho na rua
Da solidão .
Não queria ser anjo
Queria ser pássaro e voar
Já sonhei voando
Acho que Deus com um par de asas
Quer me presentear.

Pages