Contas de rezar
Autor: António Nobre on Tuesday, 22 January 2013 A Maria dos Prazeres
Mizericordia dos mares!
Que escrevi para tu leres,
Que eu fiz para tu rezares!
Maria dos Prazeres. Antonio sem Elles.
Maria é! Violeta da Humildade
Onda do mar das Indias! sempre triste!
Porque andará tão triste nessa idade
Se o Deus em que ella crê para ella existe?
SILÊNCIO
Autor: Marco Aurelio Tisi on Tuesday, 22 January 2013*JUNTO DO MAR*
Autor: Gomes Leal on Tuesday, 22 January 2013Que vezes viajando no Passado,!
--Nas horas das torturas das Chimeras--
--Meu bem!--scismo nas limpidas espheras,--
Junto do verde mar lento e chorado!
N'esses astros talvez já habitámos,
--N'outros tempos mais santos e felizes!
E, ó nuvens! bem sabeis se entre as raizes
Dos mortos, para os soes nos elevámos!
Talvez que ali tambem fomos romeiros
Sedentos do Ideal--sem o encontrar!
--Melhor vós o sabeis, castos luzeiros!
Ó chorosa e sonora alma do Mar!
Gazel do Amor Desesperado
Autor: Federico García... on Tuesday, 22 January 2013ANGÚSTIA
Autor: Rimbaud on Tuesday, 22 January 2013
Será possível que Ela me faça perdoar as ambições continuamente esmagadas,
— que um final feliz compense os anos de indigência, — que um dia de
sucesso nos adormeça sobre o vexame de nossa fatal incompetência.
(Ó aplausos! diamante! — Amor! força! — maiores do que glórias e alegrias!
O Nada de Nós…
Autor: Sandra Lopes on Tuesday, 22 January 2013Existe um nada
Que preenche o espaço
Entre o meu olhar e o teu
Um nada que derrama
Uma sombra amargurada
Que sufoca uma angústia
Por nós teimosamente dissimulada…
Existe uma culpa
Por nenhum de nós reclamada
Arrogância doentia
Melhor pensar que não é nada…
E o nada vai crescendo
Entre o meu olhar e o teu
E a ferida nunca sara…
Do tanto que dói… do tanto que já doeu…
CONCHA VAZIA
Autor: mongiardimsaraiva on Tuesday, 22 January 2013Pátria
Autor: Ártemis on Tuesday, 22 January 2013
Teu corpo é minha pátria,
para onde sempre hei de voltar,
por mais voltas que dê no mundo,
é nele que quero habitar...
é nos seus montes e vales,
perdidos na imensidão,
que horizontes se abrem,
pelas frestas do coração...
Teu corpo é minha pátria,
foi nele que eu nasci,
meus olhos só enxergaram a vida,
desde o momento em que te vi...
fui emigrante do tempo,
foragida de mim,
andei solta no vento,
até que em teus braços cai...
Pecados da carne...absolvição da alma...
Autor: Ártemis on Tuesday, 22 January 2013
Vinhas com cheiro de terra nas mãos...cheiro de gente...cheiro do mundo, eu trazia comigo a fé e a esperança no olhar, mas no corpo carregava a força da natureza tapada pelas vestes.
Senti a minha vida devassada desde o momento em que te vi, eu que sempre conseguira calar os ímpetos da minha pele, sentia agora os apelos da carne romperem-me a candura.
Desejei ser desejada...quis com todas as minhas forças que pelas tuas mãos eu conhecesse o pecado...e tu foste as labaredas do meu inferno terreno.