A lua que se apaga

Entre a lua, o céu
Nadou no mar
E na terra afundou
Teu brilho alunar
O sol se queimou
Pôs a lua a deitar
Jazida sozinha...
Na madrugada
A tentar sonhar
Ao onírico pesadelo
Esta é a história dela
Por analogia é natural
A obsessão tão vil,
Uma história tão brutal
Da lua que ele enterra

 

Chaves da ignorância

As chaves do conhecimento
Trancam a ignorância,
Mas as calamidades
Da arrogância a libertam.

Tento deixar na trinca
Um pouco de lucidez;
Quem dera se a virada
Perceptiva abrisse o mundo.

Liberdade e conhecimento
São as leis antidesalento.
Para ser livre deve-se saber;
Para saber, livre deve-se ser.

LINDINHA

Todas lá de São Bernardo são assim...?!
São italianas, morenas, mulatas...
São desse jeito, o seu e tão encantador?!
Elas também são lindinhas assim?!
Têm seu 'Borogodó Paulistarum'...
Essa 'coisa interiorana' que eu gosto...

JÓIA DE MARFIM

 

 

 

flutuo no vácuo etéreo

-templo profano

delimitando na noite a fantasia

restrita a uma hipótese

 

na trincheira da manhã

revela-se, porém, o  porvir:

concha de ágata

que usurpa de mim a jóia de marfim

 

-suposições irreais

de um devaneio ilógico?

-ou me trapaceiam

nos  propósitos dessa ilusão?

 

 

 

Nos prados celestiais

Nos prados celestiais vadiam azuis infinitos e quase sufocados
Na mezzanine do tempo empoleiram-se sonhos tão extasiados
Consubstanciam o tempo dissertando em tantos segundos camuflados
 
Nos prados celestiais os poentes rugem na calada de um eco deslumbrado
São o mais breve e felino atalho onde se escoram os desejos tão empolgados

AMOR & POESIA

Vou tentar escrever um poema que não fale de beijo, 
De carinho, de flor ou de espinho! 
Um poema que seja um ‘emaranhado de palavras’, 
Mas que não toque nenhum coração! 
Amor sem poesia... 
Poderia viver um sem o outro?! 
Poesia sem amor... 
E que graça teria isso?! 
Não posso deixar de falar de amor 
Por mais que pareça repetitivo, cliché, 'batido' e cansativo! 
Se é amor, tudo é válido...! 
Tudo faz sentido! 

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