O Morto prazenteiro
Autor: Baudelaire on Thursday, 3 January 2013Onde haja caracoes, n'um fecundo torrão,
Uma grandiosa cova eu mesmo quero abrir,
Onde repouse em paz, onde possa dormir,
Como dorme no oceano o livre tubarão.
Detesto os mausoleus, odeios os monumentos,
E, a ter de suplicar as lágrimas do mundo,
Prefiro oferecer o meu carcaz imundo,
Qual precioso manjar, aos corvos agoirentos.
Verme, larva brutal, tenebroso mineiro,
Vae entregar-se a vós um morto prazenteiro,
Que livremente busca a treva, a podridão!
VEM LOGO ME AMAR - (APAIXONADA POR VOCÊ)
Autor: Jamila Mafra on Thursday, 3 January 2013_OPIÁRIO_
Autor: Álvaro de Campos on Thursday, 3 January 2013AO SENHOR MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO
É antes do ópio que a minh'alma é doente.
Sentir a vida convalesce e estióla
E eu vou buscar ao ópio que consóla
Um Oriente ao oriente do Oriente.
Esta vida de bórdo ha-de matar-me.
São dias só de febre na cabêça
E, por mais que procure até que adoêça,
Já não encontro a móla pra adaptar-me.
Em paradoxo e incompetência astral
Eu vivo a vincos d'ouro a minha vida,
Onda onde o pundonôr é uma descida
E os próprios gosos ganglios do meu mal.
DIABETES MELLITUS
Autor: Jamila Mafra on Thursday, 3 January 2013O Penúltimo poema
Autor: Alberto Caeiro on Thursday, 3 January 2013
Escrito em 7-5-1922.
Também sei fazer conjecturas.
Há em cada coisa aquilo que ela é que a anima.
BÚSSOLA
Autor: Jamila Mafra on Thursday, 3 January 2013_Á VIRGEM SANTISSIMA_
Autor: Antero de Quental on Thursday, 3 January 2013
BUSSOLA
Autor: Jamila Mafra on Thursday, 3 January 2013A JULIA (Da Paquita)
Autor: Bulhão Pato on Thursday, 3 January 2013