O pastor amoroso perdeu o cajado
Autor: Alberto Caeiro on Wednesday, 2 January 2013
Escrito em 10-7-1930.
O pastor amoroso perdeu o cajado,
E as ovelhas tresmalharam-se pela encosta,
Escrito em 10-7-1930.
O pastor amoroso perdeu o cajado,
E as ovelhas tresmalharam-se pela encosta,
Terra seca
terra quieta
de noites
imensas.
(Vento na oliveira,
vento na serra.)
Terra
velha
do candil
e da pena.
Terra
das fundas cisternas.
Terra
da morte sem olhos
e as flechas.
(Vento dos caminhos.
Brisa nas alamedas.)
O fraco nunca consegue perdoar. O perdão é atributo dos fortes.
Um tolo pensa que é um sábio, mas o homem sábio sabe que é um tolo.
I
Este ídolo, de olhos negros e crina amarela, sem pais nem corte, mais nobre do
que fábulas, mexicanas e flamengas; seu domínio, arrogância verdeazul, se