Meu amor não esconde sangue
Autor: Reirazinho on Monday, 9 May 2022Não travestiria seu corpo carmesim.
Mordida com olhar glamouroso
E engolida na ácida boca atroce.
quero imprimir no coração as baladas sublimes que a poesia amplifica; quero que as minhas perturbações desenrolem palavras criativas à janela da alma; quero instalar o desvelo sobre o tablado das minhas atribulações.
os meus versos escoam a simplicidade que procuro para assumir os recalques e as frustrações; para açambarcar os sofríveis ganhos na roleta que circula dentro de mim; para conceber alegorias que derrubem a muralha que persiste na minha razão.
escapo aos rótulos usuais quando inflamo a fantasia para transfigurar a palavra amor e suprimir a minha vadiagem sentimental; para abranger os procedimentos fecundos que qualificam a minha intrínseca evolução.
as minhas conjeturas são brisas esperançosas que outorgo às reflexões; são pacotes de luar que iluminam a estrutura que habito; são elixires duma mudança que desliza pelas escarpas da minha poesia.
Sou um linguista nato,
corro na floresta
de palavras, mas mato
é o termo que presta.
o precipício que enfrentei quando dispus o meu sofrimento numa tribuna; quando baseei os meus triunfos nas folias que inspiraram os meus ditames; quando emudeci os meus pêsames.