Companhia

Quero a sua fantástica companhia
Dedicar o meu descanso com o teu descanso
Em qualquer cama ou cabana
Suave remanso durante anos a fio
Num médio recanto ajardinado
Quero também, brindar toda e qualquer vitória nesta vida
Com aqueles que ainda não me enlouquecem...
Os beijos seus!
Por favor! minha mais bela boneca brasiliana
Quero que seja a mulher mais feliz
Ao lado meu, juro vou te tratar
Como a mais rara porcelana
Vamos apanhar rapidamente como gravetos secos
os infortúnios !

FAGULHA

 

 

 

ter a ideia de um verso

é como um lúmen na sombra

que quer sua metade vedar

aquela metade bem-vinda

que teima em confrontar-se

aos comportamentos cômodos

da inércia e alienação

 

(quando tudo pede um raciocínio

ou uma predestinação...)

 

ter a ideia de um verso

é mais que simples desvario

intelectual

é resina que nutre de cor

o fôlego avassalador

de um poeta asfixiado

em comoção

 

 

 

 

Em Kiev...

Em Kiev o tempo consome cada hora que se esboroa
Entre as entranhas das lamentações esfomeadas…tão cáusticas
Sem resgate cada segundo volatiliza-se numa palavra arrática
 
Na periferia do tempo todos os lamentos povoam a epístola da
Mais inspiradora fé convertida nesta visceral esperança deteriorada

Indriso — I

Imortalidade da alma sórdida
É o recurso daquele esquecido
Desistiu da carne sofrida

Porque viveu em inútil suplício
Perambula fora do caixão
Pois, foi encontrado morto no sótão

A realidade de uma vida sequer
vivida, ou uma história de ficção qualquer

Medo do escuro

A lua cheia te aterroriza?
Milhões de estrelas te limita?
O nado voraz dos peixes,
Do rio escuro, os feixes
brilhosos do sol abandonado
Esquecido pelo teu afago

Ora, não tenha medo
Garota, estou em apego
A ti, a escuridão e ao todo
Acendo tochas de fogo
Com meu abraço, tudo
Permanece, até teu luto
Pelo sol que fenece o fruto

Por ti, morro se necessário
Mas como na viagem
de um trem, serei teu itinerário
E nosso amor, a bagagem

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