Elegia a Deus

Quem na penumbra de um pensamento
Poderia imaginar tal desalento tão cinza,
No abismo surreal de espíritos sofrendo
Por ausência da graça que nos finda.

Os galhos ressecaram por sua ida sombria
Os pássaros enrijeceram e caíram no poço,
Mas nossos pecados voam na névoa tão fria
E iram os animais tão selvagens de teu fosso.

Tais criaturas viveram sob o jugo da moral
Agora fervelham no sangue negro tão vil.
Dançam no adágio do ódio, o pecado mortal,
A ordem deificada no buraco escuro e febril.

Gratidão

Eu sou muito grato no mesmo grau
Da fé em que se tem da ferida a
Ser curada e será
Da esperança que acontece antes de se morrer
Eu sou grato, antes dos meus últimos passos
E depois deles ainda sou grato
Por que sempre fui alimentado
Pelas preces atendidas
E pelas tardias, aprendi a agradecer
Também
São desígnios de Deus!
Sou tão grato,
De saber que como humano sou apenas uma peça
Que depende de outra e outra
Sou grato
Pelas dores resolvidas
Sempre serei grato e não me farto

Para além do silêncio...

Para além do silêncio…resta um hora raquítica e solitária
O esbanjar de uma palavra mirrada, enferma e tão precária
O intimo apascentar de uma caricia carente, voraz e necessária
 
Para além do silêncio…resta uma devoradora escuridão mendigada
Resta medir cada centímetro deste silêncio divagante e emancipado

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