a frívola paisagem
Autor: António Tê Santos on Sunday, 6 June 2021as mistificações inundaram-me a alma quando a barragem do discernimento rebentou; e quando os sintomas duma enorme degradação me abateram em conflitos que me eram indiferentes.
as mistificações inundaram-me a alma quando a barragem do discernimento rebentou; e quando os sintomas duma enorme degradação me abateram em conflitos que me eram indiferentes.
Ódio latente que me faz lamuriar sobre essa vida
Nenhum senso de esperança
Somos levados a acreditar na mentira da esperança
Enquanto somos levados discrepância
Falsa liberdade, mentira da verdade
Escravo da liberdade, senhor do ócio da maldade
Nunca pedi para entrar, mas sou obrigado a sair
Todavia, um porém, um ótimo porém: sou livre
Como um macaco enjaulado na gaiola, sou livre
Livre para morrer e com amargura no coração
Refugiei me no medo e na mentira
Com a esperança de um mundo de fantasia
Onde tudo podia e nada de mal me aconteceria
Tornei-me numa vitima do pecado
Por isso refugiei-me no passado
Porque a verdade doía
E assim me despeço
Eu te amei no momento mais louco da minha vida
as querelas têm pouca importância quando robusteço os meus vocábulos à sombra dum hipotético sucesso; ou quando trauteio cantigas de bem dizer que alavancam o meu humor e mitigam os meus constrangimentos.
"Longa e fatigante é a senda ante ti, ó discípulo."
BLAVATSKY, Helena "A Voz do Silêncio", 1998, edição 494, tradução de Fernando Pessoa, Assírio & Alvim
No hiemal liame a Nix e Érebo, injucundo,
Estertora num búzio um mesto alburno
Num tal dédalo impérvio e taciturno,
Que plange Undina (1) em terra, contrafundo.
Mas "Deixa a dor nas aras"(2), sitibundo,
Pélago de Chopin num seu nocturno,
Prorrompe-lhe uma Lilith, lio diuturno,
Transubstancia as Euménides segundo
Escuta em redor
E aparta o ruído, estás abraçado
Por um murmúrio feito clamor
Ondulante e dourado.
Então o ontem retorna,
Trás a face amarelada, como o sol brilhando lá fora.
Balbucia algumas palavras.
Apenas finjo ouvir.
Sorrio, pareço FELIZ?
Que importa!
Desde que o ontem volte sempre,
Bata em minha porta e entre. Trave uma batalha com o hoje. Temos algumas horas ainda de sol. E até que a noite nos cubra, vou sorrir. Nos encontramos outra vez amanhã.
#SomosdoisemUm