Jardim
Autor: Reirazinho on Tuesday, 1 June 2021Magnólia aroma a anima harmônica,
cravina adocica o animus racional.
Gardênia oleia o ar com seu perfume,
kalanchoe rega pestilência pulmonar;
desmazelo floral sangra as raízes da vida.
Magnólia aroma a anima harmônica,
cravina adocica o animus racional.
Gardênia oleia o ar com seu perfume,
kalanchoe rega pestilência pulmonar;
desmazelo floral sangra as raízes da vida.
Reluzente força do amargor que é rasgada pelo raio dessa espada. Sua redenção chegou.
A debilitação de meu suor negro se transmuta em rosas brancas que limpa esse floral ímpio.
Da corrosão de sentimento de injustiça, traremos a paz a esse povo constituído em miséria.
Resplandecente paixão pela vida, assopraremos o pó néscio que é tua persona non grata dessas terras imundas por vossos homens.
Não terás poder sobre às águas que fluem, nem pela beleza dos lírios e nem meu amor patriota pelo meu pobre povo.
Espaço branco mental que deixei ocupar nesta devassidão de doces lírios que já não me animam cuidá-los. Os campos de outrora verdes que tanto amei, agora são murchados por avolia. Avolia espiritual essa que me aperta o coração por toda vez que devaneio em intuições circulares que não me levam a lugar algum. Sabe, esta avolia é aporia, ela tão incerta quanto sua própria proposição; não sei a verossimilhança dela para finalizá-la como concretização.
a sabedoria é um nenúfar formoso emergindo do lago ácido dos nossos constrangimentos; ou uma voz acerada impressa no zeloso tirocínio que reinventa a nossa condição.
Detestei amar àquela donzela
Coração pinta a aquarela
Gotejamento de tinta fulcral
Que respinga quadro surreal
Angústia disforma a beleza
Sangue lacrimal escorre pureza
Mausoléu de paixão lacrada
Enterrada a obra enleada
Vendido ao amor bulício
O trabalho puramente exício
Os anjos da noite adormecem em tristezas
Da conformidade das pequenas criaturas
Em trazer nascituros às suas impurezas
As folhas dos túmulos jazem em brumas
Alogia da natureza no arvorecer do luto
O funeral da carne é célebre por dor
Perpétua lágrima escorre de mais um viúvo
Sua amada perece no puro amargor
Homenagem a ela acorda do soporífero sono os senhores
Em suas monotonias eles se impressionam com a obra
O toque de perfeição é finalizado pelos dedos de fulgor
Cálido vento de Agosto,
Feito brisa pelo ar,
Acaricia-te o rosto
Como se o fosse beijar.
Sinto ciúmes do vento.
Efectiva os meus desejos,
De poder em todo o tempo
Acariciar-te com beijos.
Ciúmes, vagas tontices,
O vento não sente amor,
Quando ele te faz meiguices,
Não é o próprio, o autor.
Porque no vento escondido,
Sem asas, posso voar
E na sua aura cingido
Sou eu que te vou beijar.