Venda

Se o mundo tivesse uma loja
que vendesse sentimentos .
o Amor estaria em promoção 
encalhado na prateleira do meio 
O amor já não está em uso 
Não é convencional está ultrapassado 
pelo sistema drive thru de sentimentos.

Ancoragem

Numa íntima hermenêutica em assimptotas
Como em Blake, os sentidos vibram nus.
Entoadas "Songs of Innocence" efluem dos
Que se inspiram e expectam nas remotas
 
Conceptualizações míopes ignotas.
Quando a paúlica bruma é o que seduz,
Jazem numa ocarina sem mor luz.
E enastrá-los-ão vãos setes de copas.
 
Rousseau ou Diderot? Lucy (*) em viés trilhado
É arqueu, arrebol nas fragas da selvagem
Fé, é dilúculo enquanto rolam dados,

Um lugar no tempo

Não é descer, nem é subir 
Não é ficar, nem é partir
É esquecer e seguir em frente agarrado ao devir
 
É desconsiderar um aviso
É um não ter consciência do perigo
É abrigar um inimigo, abraçando um que é preciso
 
De resto a vida flui como um rio para o mar
Sem mais dessassosegar d'alma e de pele
Que não sejam abrir um umbrella, vestir um agasalho
Descansar de mais um dia de trabalho
 
Vou registando os sinais

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