Abominar os teus grãos 

Escrevo esta dedicatória

Vivo morrendo

Penso em nós com tal frequência

Não paro de pensar na tua pessoa.

Desapeguei-me de catarses e eufemismos,
Das metáforas e sonetos, rochas num caminho
Ondulado designado a ser direto.

Faço-me justamente pelos meus punhos
Cobertos de vontade e desejo
Por um novo amanhã que acreditei não vir.

Se por dor não travo, por desaforos menos ainda,
Pois se a mim mesmo consegui sobreviver,
Nada é digno de me parar na demanda de te ver!

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"A SIMETRIA DAS ASAS E O VOO DAS ESTRELAS"

by Fernando Antônio Fonseca

(Poeta de Belo Horizonte-MG / Brasil)

/estrelas são asas de neve

que resfriam o céu dos incêndios/

/transbordam-se em tênues overflows

povoando o silêncio dos totens/

/acalmam a engrenagem do cosmos

e penetram o âmago do voo/

/coreografia de um ballet simétrico

que fecunda as artérias do amor/

Mãe

Eu era dependente do rio que secou
Em noites frias, a fogueira me confortava
Hoje, uma multidão de espectros observam
E poluem a minha mente com sentimentos vazios!
A minha vida agora é um quadrilátero pequeno,
Uma sala de aula, e eu somente de aluno
E na lousa, escrito com giz frio:
Eu te amo.