O nada num instante

Feito de novo, um
Amanhã resvalando
Na saudade de hoje...
Proeza de fruta laminada
Nos socalcos da intuição,
Beijei o mar como
Sendo o teu adorno e prosperar
A centrífuga alma que
Nos envolve!
Quero ser,
Um qualquer querer,
Uma dúzia de pessoas no
Canto de uma só flor,
Vozes das ravinas adoptadas
Pelos pássaros,
Um sentimento sólido
Na incerteza que o transporta;
Sou feito de marfim, pelas
Margens de uma só circunstância,
O
Beijo que se guarda

Outono de véspera

Retirei, o agridoce, das
Vírgulas das pessoas
Que me transcendem...
Coisas que se misturam com
O nada da gratidão, a humildade
E a verdade de um sentido
De vida!
Gosto de olhar para ti,
Mesmo quando não me sentes,
Fico feliz com o segredo das
Noites, quando contas ao
Vento, de quem amas...
Tenho sede de ti, descansar
Da vigília das tormentas
Em que se bebe igualdade
Numa sincera ternura
Gostar das últimas vezes em
Que o nosso sorriso, comandou
Os sonhos!

Surto de silêncio

Lá longe, no meio das
Nuvens, sentia que o
Mar, dissolvia o meu peito
Enquanto chegavas ainda que
Tardiamente no aconchego
A meu lado...
Ouvi o gritar das luzes, poente
De retorno ao sentir
O coração das orquídeas!
O ofuscar do nosso olhar,
Os dias últimos do outono
Na beira na da porta
Que transgride no tempo,
Era mesmo por ti, que
Me envolvia num instante
Fecundado nos poemas
Das aves migratórias - a alma
De todas as forças...
Perguntei o porquê do vazio

MORTAL VIVER

Conta-me dos mortos, que dos vivos eu já sei
De enxada na mão, da alma que sofre
Chuva nos ramos da pobre videira
Nas parras do nevoeiro na serra
De viciosos caminhos de lama
Pois as nossas almas belas assemelham-se
Ao luto negro do amanhã
Por entre os palcos do velho circo
Conta-me dos mortos, pois dos vivos nada sei
Onde perco o trilho do nosso refúgio
Papoilas que voam na tempestade sombria
Deixadas no chão já secas, molhadas

O vazio no dorso "

Conheço a luz que me traz
Alento...
Os vidros todos na água submersa na exatidão das
Coisas!
A existência numa lâmina comum,
Num rodopio eloquente,
Aí vem a sombra da noite
O transtorno da voz que mergulha
Em nós...
Fogo que se cultiva numa rocha
Cinzenta,
Colapso de coração esbatido
Na memória!
Sei que se pode transfigurar
O rumo das palavras,
Cultivar a maré, num profundo
E soberbo imaginar de suas
Famílias...
Distribuir a fadiga daquela
Humilde liberdade de que

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