Sonhei, muitas luas como consolo
Autor: António José Se... on Wednesday, 8 January 2025Pouco ou nada tenho para dizer, apenas um momento de luz, alegria e prazer...
Pouco ou nada tenho para dizer, apenas um momento de luz, alegria e prazer...
componho poesia através dos bailados da minha alma buliçosa; através do edifício que construí para demonstrar inspiradas comunicações; através dos cânones duma existência afastada da perversão mundana.
jamais serei um poeta acomodado porque eu quero resistir ao mundo vigente através dos versos que canto; porque eu quero normalizar a graciosa solidão onde persevero; porque eu quero banir da minha existência os dilemas que resolvi.
falece a liberdade quando os arautos da impostura publicitam a sua malvadez; quando os vereditos das maiorias não condizem com os juízos expressos pelos sábios; com as suas elaboradas afirmações.
eu perfurarei os meus versos até que sangrem efeitos benignos: até que eles me libertem das agressões humanas; até que recuperem o meu fôlego no coração da bela poesia; até que ultrapassem as marcas do tempo e as suas imposturas sentimentais.
as razões que defendem as pessoas para rejeitarem o amor... para escapulirem aos seus desenganos e aos seus trágicos conflitos... para subverterem os seus titubeantes percursos e se refugiarem numa arraigada solidão...
escutei cantigas afetuosas para me furtar às obstruções mundanas: aos seus processos austeros de dispor a inocência no teatro onde prepondera a malvadez; onde os obreiros da repressão se insinuam.