FUNDÃO – AMÁLIA, A MAL AMADA…

FUNDÃO – AMÁLIA, A MAL AMADA…

Nos tempos do Estado Novo, as três “modalidades” para entreter o Zé Povinho eram Fátima, Fado e Futebol.

Em relação ao mundo do Fado, as artistas eram do povo, da gleba, das Beiras, e não evitavam que fossem conotadas com o mal, o pecado, o maligno, pelo menos aos olhos do regime.

Longe estavam os tempos em que o Fado seria considerado pela Unesco como Património da Humanidade, longe os tempos do Fado para inglês ouvir.

FUI À SANTA LUZIA

FUI À SANTA LUZIA

Há anos prometi que um dia lá iria. Agora, em Setembro de 2018, concretizo esse desejo antigo.

Ainda de manhã, na varanda da casa, observo a parte sul verdejante da Gardunha, mais a poente chega-me o som do ribombar dos foguetes.

Na espera do autocarro municipal, o batuque dos Bombos e o jovem Rancho Folclórico de Silvares, fundado em 1947 por José Valentim; à sua morte sucedeu-lhe na direcção a sua filha Ilda Valentim Mesquita.

Angústia Não Mata

ANGUSTIA NÃO MATA

Estou com tristeza até a alma!

Os meus olhos recusam chorar, mesmo se quisessem não conseguiriam.

Os meus olhos parecem secos, as lágrimas já se derramaram quase todas, ou, reteve mediante a vergonha que elas sentem de rolarem rosto abaixo e cairem pelo chão.

Uma angústia, dói o peito, ainda bem, que não é o coração. O coraçao não suportaria tamanha dor. 

Bem dizia a minha mãe: "O desprezo dói mais que uma bala de revolver Calibre Trinta e oito". 

Não consigo chorar. Meus olhos piscam, piscam, mas algo diz: Não chores! 

Os meus sonhos

Os meus sonhos

Por vezes durante o dia mergulho nos meus sonhos, confio no palpitar do meu coração, afinal ele é como as raízes das árvores e o céu não tem limite.

Ele vive por amor, o mundo não anda para trás e as estrelas não deixam de brilhar.

Gosto do amanhã e da terra, do desconhecido e não me importo com quem faz a guerra e a paz, mas quero que o vento seja o vento.

É grande a força dos meus sonhos e as minhas mãos nunca ficam vazias, agarram as pedras do meu rio.

Tempestade no Mar

Lá fora quando chove,

A minha nuvem começa a pesar.

Pesa tanto que cada gota,

É uma tempestade no Mar.

 

Muitas vezes no engano,

Penso que é para sempre.

A saudade é um oceano,

Onde navega o pensamento.

 

Levantam-se ondas, sopra o vento,

Joga a fé, ora ateu, ora monge.

Partiste, sem horas, sobra o tempo.

Leva-te a noite, esconde a maré,

O teu barco já vai longe.

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