"Pacta Sunt Servanda"
Autor: Rute Iria on Thursday, 20 June 2024
Irmãos que não suplementam
a irmandade de plantão
paz que não alcança
a satisfação pretendida
de oficial mesmo
a dor invencível
Falta pouco para o ranger dos dentes
informa o impávido colosso
o ar contaminado enche de desilusão
as expectativas neutralizadas
mas não perdidas do jovem moço
Maldade mesmo e a ausência
dos caninos de alguém com fome
verdadeiro irmão e o que não
abandona seu amigo
perversidade e a saudade
dos beijos do grande amor
Um casal como pombos fazem ruídos de amor
Perto da praça dos pneus há uma linda igreja
adornada de dogmas e bancos vazios
Nela os noivos fazem uma festa
a noiva chora nem a metade dos convidados foram
Chora e a comida estraga
Chora pela falta de apreço que não tem preço
Um poeta no meio dos convidados levanta a mão
E pede para recitar um poema de amor para os nubentes
ela aceita surpresa
O poeta fala uma linda canção
A noiva chora, já não se lembra dos convidados ausentes
O apresso não tem preço
Reino dos Homens
Eras a fio a alma pálida contempla
sempre alguém que sofre
Falta de pão
Falta de amor verdadeiro
Falta um líder não ganancioso
Falta de um bom companheiro.
De longe um caminhão empoeirado
Desse dele um poeta que atira a esmo
Palavras que formam uma poeira amarela
Seu olhar vingativo é muito certeiro
Meu Deus eu já fui um bebe de pele macia
Agora atiro no tempo
esperamos que o cheiro da pólvora entre em nossas narinas
Você já tentou varrer a areia da praia?
Já ficou no escuro ouvindo o canto da cigarra?
Já ficou no espelho rindo sozinho da sua cara?
Já dormiu sem ninguém num canto de rodoviária?
Já dormiu com alguém por migalha?
Você já tentou varrer a areia da praia?
Você já tentou varrer a areia da praia?
Já perdeu a hora quando o tempo para?
Já gritou uma palavra até perder a fala?
Já colocou todas as roupas do armário na mala?
A sua casa já desmoronou no meio da sala?
Você já tentou varrer a areia da praia?
Rio de sangue
Não me colocaram em nenhum de seus planos
Vontade de destruir casa de vidro e de barro A sua casa já desmoronou no meio da sala?
Você já tentou varrer a areia de água negra? Vontade de destruir casa de tijolo, que me foi negada Já ficou no escuro ouvindo o canto da cigarra?
Esse rio Tinto, tal qual o Nilo quando foi tingido
Esse vermelho era feito de bala
Torto arado
Cabo de marfim fincado no solo, cheiro legitimo de terra
Mato verde nas narinas, caminho até a escola
Essas letras no quadro verde, lousa verde, casa de cor verde Não narram minha história.
Quilombos, quilombolas, quilombos, quilombos
Prefiro sentir no corpo as lições que a vida da Essa terra úmida pede para parir.