IN/TITULAÇÃO CRÍTICA DO MEU DIA A DIA

 
 
 
Eis-me aqui, onde só me encontra o que já conheço, como um episódio sincronizado, agendado a priori...Não temo a pronúncia das vozes e os sons de comando que me incomodam, nem a nublosa presença de vultos ocultos no telhado de amianto de minha casa
 
Traduzo com freqüência, o hermético dialeto de minha mente, ao ser  rastreado em meus clonados dispositivos digitais por um intruso hacker, que já roubou-me até o ar que expiro, além dos dígitos oscilantes de minha paz.
 

Eu careço

Eu careço de tempo
Aquele que se encontra nos antiquários
Eu careço do seu corpo na medida que se despede do antiquário da minha vida
Eu careço de tempo
Aquele que foi esculpido como peça de museu
Ali se encontra o tempo traduzido através das horas delicadas com a alma
Eu careço de carícias, aquelas de ontem, negadas hoje!
Das risadas imensuráveis dos meninos e seus grandes feitos:
Das vitórias do time da nossa rua contra a rua de baixo em qualquer competição

Se fez caos numa imensidão de paz

Se fez caos numa imensidão de paz
Que eu trazia para sis de corpo e alma
Me apunhalando, ofertou à azáfama
Meu coração bondoso que lhe apraz
 
Por longos anos dei um amor eficaz
Um amor grande e louco cheio de fama
Em troca, bebi peçonha de sua trama
Feito co coração que jamais se satisfaz
 
Doei partes de mim até findar o todo
Doei mui mais do que em vida auferi
Doei centelha de uma esperança vivível
 

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