a flor austera
Autor: António Tê Santos on Monday, 9 April 2018disponho a sensibilidade num átrio perene onde a comemoro com uma candura desmedida através das palavras vigorosas que ofereço ao meu entendimento.
disponho a sensibilidade num átrio perene onde a comemoro com uma candura desmedida através das palavras vigorosas que ofereço ao meu entendimento.
Procuro no passado,
a dor da tua presença,
do doce amargo, de um desejo,
desejado e agora acabado.
Promessa, maldição,
foram as tuas palavras,
no meu coração,
foi amor, entrega, um sim na eternidade,
que quebrou,
na saudade.
Em ti me perdi,
em ti, fiz abismo sem fundo,
onde apenas um destino,
era uno.
Enlaço os lábios,
mas não faço sorrir
toldo um viver, num embuste de um sentir,
sou um desconhecido,
num sonho perdido;
lágrimas secas, amor dormente,
VERDADE
Nada, nenhum ser existe, se sustenta
Somente por si próprio apesar de uns seres
Serem mais evoluídos, poderosos, sábios,
Belos, compassivos, justos… do que outros seres…
.
Deixar de estar num lado para estar
Noutro, numa forma para estar\ser
Noutra não é deixar de existir…
Só forma de comunicar há que descobrir…
.
Se excessivamente busco nirvana, céu, gozo, despertar,
Iluminação, crescer, saber, ganhar…
Samsara, inferno, dor, corrupção, trevas,
Diminuição, perder… experimento…
Solto-me e um silencio quebra,
num arrepio de solidão,
que embate e perfura o coração.
São tantas as linhas quebradas, apagadas,
que já não conheço leme,
para reescrever, o sentido certo,
dum mapa há muito perdido.
Risco, deixo o rascunho,
reescrevo, e nada se cria,
apenas uma empatia, ligeira e superficial,
de que o amanhã será real.
Pouco a pouco, caio, num cair de não mais subir,
numa inconsciência, de sonhar presença,
e esvoaço, tomo o enlaço. toma a bandeira,
PROFUNDIDADE
INSTANTE
a elite novamente esta no comando
portas fecharam-se e o povo oprimido
esta em casa vendo tv
viva a revolucao
o brasil foi ao bar tomar uns tragos
e ainda nao voltou
viva eu viva tu e o rabo do tatu
o presidente esta rindo, nao se temer a toa
as rua estao vazias
elite burguesa
festeja.
Sensação,
de que tudo é vão,
somente o olhar,
que não olho,
o sentir,
que não sinto,
tolda uma razão,
aquela que do mundo,
é perdição.
Perdido, grito presente,
consciente, faço-me entoar,
um verbo fingido,
dum estar.
Um engano,
um pranto negro,
num olhar brilhante,
que atenua a cada dia,
em enredo cessante.
É assim, um som,
um toque, uma criança,
um esvoaço dum olhar,
dum sentimento,
exasperar,
dum estado sem teoria,
para um respirar,
Vejo coisas sem sentido e espero por ti
Vejo o meu destino virado do avesso e espero por ti
Vejo a minha cama vazia e espero por ti
Vejo o brilho dos teus grandes olhos castanhos e espero por ti
Vejo os truques de mão do meu filho e espero por ti
Vejo a chuva alcanço o cimo do monte e espero por ti
Vejo as minhas mãos feridas e espero por ti
Contigo ou sem ti espero por ti
MS
17:20
06, abril, 2018
VIDA