Amor

PARATY (Teu Bandeirante)

Escrevi Paraty com tanto amor
Que acabei me perdendo
No tempo, no vento, nos caminhos
Minhas missivas não chegaram Paraty
Por isso em sendas delirantes
Vou te encontar Paraty amar.

Caminho nos paralelepípedos do ouro
E para dar cabo ao hiato da saudade
Pela distância entre duas cidades
Que estão tão perto, muito perto...
Corro por lembrar de ti e Paraty enamorar...

PRIMAVERA

Linda Monarca
Abres meus caminhos
Com perfume de encanto: mulher.

E na margem do surreal deliberante
É a marginalidade que me fascina
Com o furtacor de tuas asas: liberdade.

Monarca linda a borboletares
Meu real: ideal.

Serpenteando
Tal serpente: delirante
Todo o clamor do sexo
Que agora aflora da sensualidade
Do teu colorido bailado: Primavera.

O EDIFÍCIO

Entreolho as lantejoulas espelhadas
Vidraças coloridas das paredes
Do teu corpo concreto edifício
Que só meus olhos desnudam...

Aqui embaixo continuas lindo
Metáfora vibrante dos olhos meus
Que desejam em ti aprofundar o infinito...

Como se pudesse o infinito
Decifrar profundamente
Tua alma límpida espelhada
Alma refletora dos mais distorcidos segredos
De todas as almas que por ti refletidas são...

Meditações noturnas

Quero compor, à noite, as poesias
E os nuances dessa lua morta,
Alcandorando minhas alegrias
Para os fantasmas que me batem à porta.

Dos camafeus, o brilho incontido,
Que faz medrar as dores do meu ser;
No tênue corpo níveo e definido,
Quero o olor das rosas pra viver.

Na tepidez real das madrugadas,
Teus seios nus molhados que intumescem
Em minhas mãos sofridas e caladas
Que te violam e desaparecem.

Corpos ausentes

Meu corpo a procurar teu corpo ausente;
Minhas mãos a tatear sem direção;
Meus olhos a buscar-te eternamente
Nas curvas irreais do coração.

Meus braços a tocar dilacerando
Uma silhueta no espelho triste;
E a boca solitária mitigando
Teu beijo quente que ainda persiste

Em traduzir o anseio dos meus olhos
Pelo teu corpo calmo e transparente
Na trepidez volátil do meu mundo;

E esse meu corpo de areia e abrolhos
Beijando o dorso do teu corpo ausente
Encontra o gozo desse amor profundo.

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