Amor

Lancei ao vento

Olhei-te e não te vi

Procurei-te e não te encontrei,

Na brisa fresca e colorida da Primavera

Revi-te no meu sonho

Sonho perdido no limbo

Onde viajo permanentemente

Sem nunca te encontrar.

Quisera ter asas para te fugir

E nunca em mim te rever

Pois encontrei apenas a mágoa dum poeta sonhador

Apenas lamentações dum amor ausente e inexistente

E nunca encontrei as palavras

Que pudessem ser levadas pelo vento gélido e transparente

E tocassem o teu olhar vago e distante,

Esperançando

No crepúsculo incandescente das minhas memórias

Guardei o teu silêncio carregado de esplendor,

Com ele salpiquei mil sóis nunca antes vislumbrados

E rodopiei pelo breve caminho que inocentemente palmilhava,

As disformes sombras do teu rosto em mim configuravam como sonhos inacabados,

E desbravei suavemente o medo de te perder,

As palavras nunca proferidas e nos teus lábios desenhadas,

Brotaram fugazmente e na calçada se perderam,

Por mim percorrida diariamente com passos incessantes...

Breve poema de amor

Resolvi escrever o mais belo poema de amor,

embrulhá-lo em celofane de cor vítrea

E nele mergulhar em esplendor

Saudar a águia em mim desenhada

E no teu olhar te tocar

Regressar à terra,

que solenemente me irá recolher

E nela mergulhar o meu ser

Desejosa de ti,

lembranças amargas flutuam no horizonte

Apagadas de rubro sonho

Ainda estonteante procurando o rumo

E não me perder,

absurdas paisagens, visões incandescentes

Amargas sensações de não me libertar,

Encontra-me

Apenas o presente momento e a história por contar

Apetecendo-me escrevê-la em verso

Fazer um poema que de tão imaculado

Que pintalgasse a minha vida de cor violeta flor,

E o negrume medo que em mim paira

Desvanece-se no horizonte luminoso de vida

Onde tocam os meus sonhos permanentes,

E de dor coloridos nas vísceras do meu ser

Desenhados e sublimes permanecem em procura

Somente do teu ser por celebrar

E em mim padece por não te encontrar

A lembrança do desconhecer o caminho,

Singela oferta

Em ti revejo o meu lado breu,

Asas sentidas e de mim arrancadas

Com golpes desferidos no sentir do meu ser

E tu jamais me encontrarás

Pois o viver na mundana surdez sem horizonte

Abarca a tua alma que inocentemente ignora,

Este embaraçoso sentir jamais vivido,

Por um pedaço desta minha alma

Que ansiosa por desvendar

Este estranho viver que revolve o meu ser

E neste tempo revivido sem limite,

Apaga em mim todo o sentir deste fugaz sonho

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