Canção

Camafeu*

Camafeu. Camafeu...
Que lembranças trazem em seu eu?
Que sonhos tardios pelo tempo
Escondidos neste momento... 

Ágata Branca... Coralina
E o poderoso Ônix ...
Gemas coloridas inertes da partida

Com suave doce de Marzipã
O Broche se faz entalhe do dia.

Mas este meu, é feito...
De pele, sangue e dor...
Simbologia antiga 
Onde a pedra moldada 

É o meu sentir condizente com a vida!

F.G.

Vou cantar com as cigarras

Vou cantar com as cigarras
Toda vida recua-lo o tempo
Restituir a paz das nossas terras
Com cantados verso a limpo

Vou cantar com as cigarras
Fazer-tê abandonar o seu atento
Segura, deixar-te-ei entre as minhas garras
Sem vez alguma ao relento

Vou cantar com as cigarras
Deixar-te em quarentena de
sentimentos
E de jubilo farás suas farras
Que trazem a nossa infância c'os sons dos ventos

António Vicente Aposiopese

Me farei breve e caminhante

Disse-vos eu que:
Espereis por mim...
Perdeu-se um dentre vós
Cargo meu não é levar-vos ao fim
Só unidos seremos nós...

Fresco está o prado entre vossos pés
Comeis tranquilamente
Água está no silêncio dos sopés
Me farei breve e caminhante...

António Vicente Aposiopese

18/03/13

O Mar Devolveu-tê Á Mim

Não vá morrer nenhuma de ti,
Traga o sol dos seus olhos;
O mar devolveu-tê á mim.

Morri para viveres nas eternidades,
Dos meus versos que por ti canto;
Não durma no infinito do meu pranto,
Quero sentir teus pés nas minhas cidades,
De trovas contínuas vestidas de felicidades;
Nada e ninguém tem direito de dar-tê o fim,
O mar devolveu-tê á mim.

António Vicente Aposiopese

Utopias

Vinhas séria e apaixonada
Plantar e regar
Todo de mim até o nada
Prometeste amar
Acreditei em Julieta
Agora quem sou
Deitaste minha vida fora
Nem sobrou Romeu

Versos cantam que eu plantei
No pairar da minha paixão
Cantam tudo que eu salivei
No beijar do teu coração
Acreditei em Julieta
Agora quem sou eu
Deitaste minha vida fora
Nem sobrou Romeu

Vou poetar o sabor
Do beijar da tua boca
E não me chame amor
Fui só tua conquista

Apenas Escrevo E Desenho

Não te tenho
Mas sei que estas por aí
Dentro ou fora, nunca a vi
Apenas escrevo e desenho

Tudo que vem de ti
Alegre, tristonho
Quando acanho
E das vezes que sorri

Tudo por ti o fiz
Até possuido fui
Mesmo quando nada quis

Trouxe o Nguxi e o Rui
E mais do Camões, o Luís
E, o tanto de Poetas trouxe-o mui

António Vicente Aposiopese

Sinfonia (Cristal)

Amanhece o despertar do horizonte. Por mais de quatro vezes insulto os acordes.

                                        - Vá, vá! – e lanço minhas entranhas entre o hiato das vestes.

O arco celeste toca os arranjos prosaicos de todas as manhãs;

                                      Ah, a breve proeza jocosa das mentes sãs.

 

Acima do bem e do mal –

                      Cristal, cristal!

A sinfonia resiste

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