Dedicado

O Mendigo

Pela rua vagueia o velho mendigo,
Arrastando-se pelo chão,
Com a pesada bagagem pelas costas,
Ao som do pio do corvo e da coruja,
Triste, de coração na mão,
Com as lágrimas a escorrer,
Pelo enrugado rosto.

Hoje morreu o seu bem mais precioso:
A sua dignidade!
Vai de rua em rua,
Sôfrego e cheio de vergonha,
Pedir uma simbólica fatia de pão,
Para lhe matar a fome,

futuro

como será o próximo futuro, enquanto ainda não somos o nosso presente?

 

Como contará o passado?

Será?

O limite é ultrapassado,

Próximo é o que contará!

Futuro!

Enquanto o querer ainda é de apuro,

Ainda é feito de muita gente!

Não ficaremos pelo poderá?

Somos o que tivemos de ser,

O caminho é para percorrer!

Presente.

 

Como será?

O futuro?

O contará!

Enquanto apuro!

Ainda poderá?

Gente!

Somos ser,

O percorrer:

Presente!

Filha

A Ana transporta nos olhos a vontade de viver, trás dentro de si a inquietude de querer sempre mais, de querer agarrar o mundo de uma só vez.

Gostava que ela aprendesse a voar de noite para descobrir o céu e as palavras que não se ouvem de dia.

Gostava que ela acordasse lentamente com o silêncio da voz dos rouxinóis e o brilho dos seus olhos.

(26/10/2014)

MS

vida

será a vida, naturalmente, simples, perfeita, mas, erradamente, enchemo-la de objectivos,expectativas?

Será que sem acrescentar nada tornamo-nos inactivos?

A linha de caminhada é estreita?

Vida:

Naturalmente!

Simples, como que as falas reactivas

Perfeita?

Mas, será que estragamo-la?

Erradamente?

Enchemo-la!

de histórias, redes, escadas:

Objectivos?

Expectativas?

 

Será estreita?

A vida!

Reactivas!

Naturalmente!

Perfeita?

Mas estragamo-la?

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