Hey Laura
Autor: Frederico De Castro on Tuesday, 16 June 2015hey Laura,
e então o que seria a vida
sem o valor intrínseco dos sentimentos,
hey Laura,
e então o que seria a vida
sem o valor intrínseco dos sentimentos,
Ela é manhã e eu noite .
Noite que nunca acaba.
Manhã que nunca chega.
Desejo o seu gosto,
Para que eu, apenas noite
Possa deitar nos braços
Da doce e tão esperada.
Ponteiros cruéis e
Desejo...
Encontrei-te um dia,
Já não sei bem qual,
Talvez igual aos outros,
Mas não faz mal.
Um dia cinzento,
Um corpo cansado,
Um copo vertido,
Pincelo-te mundo meu
Com pincéis de ternura
E com cores de esperança
No Céu azul, eis que surge o arco-íris
No horizonte, a tua lembrança
Crio o mundo que sonhei
E as estrelas brilham
Como eu sempre imaginei
Quero ser um bom pintor
Ser poeta ou criador
Apaixonar-me por simples telas
Pintar as coisas mais belas.
Com a força de te amar
Partilho a doçura do mar
Crio flores e cores
Desvendo o luar
E nenhum sábio pintor
Saberá com tal primor
Esta imagem estampar
MONÓLOGO DO POETA
Olá o que estás magicando e vendo?
Vai-te embora poeta com ar perverso?
Olha vai tu……..
Vou para aonde? Aqui vou escrevendo,
voando no verso…
Fraca desculpa, não é razão absoluta!
Anda, sai, vai para o teu Universo.
Olha vai tu…
Nesta persistência que persiste,
nas frases gastas, o poeta está nu…
Na ausencia da sua sombra
oculta o segredo iluminado
dança na luz tenue da rua
suspenso gesto de magia.
Sob o cheiro azedo da espinha
conduz o gato preto que mia
nas curvas graves da melodia
da lata que rebola no beco.
O homem mero vulto disforme
deixou a sua sombra sozinha
aventura-se no portal entreaberto
através da alma da sardinha.
Algures afogada no mar alto
quase morta ao lado da lua
nas escamas sob o sapato,
já no outro mundo e sozinha
a sombra devorou o gato.