Fantasia

FRAGMENTOS - POESIA III

FRAGMENTOS – POESIA - III

Escorre-me tinta das narinas e na boca,
cavalguei na ironia, explodi na certeza,
mastiguei fragmento de poesia louca,
persegui os sonhos, reacendendo a chama,
fui uma árvore, com frutos de tristeza,
com folhas murchadas de chorar o que ama.
Retalhos da vida, a minha alma é água fria,
que vai correndo saída no leito da desilusão,
dorida, cai gota-a-gota por tristes fins de dia.

FRAGMENTOS - POESIA II

FRAGMENTOS – POESIA - II

Vasculho na inercia a soberba, fútil e ingrata
esmagando num sifão, o grão da alquimia,
mesclado num tempo que não tem hora,
perdura os amores e dores que me afundo,
aguardando a hora de morrer.
Em vácuo eterno me esvaio disperso,
como o alento final d'um moribundo,
momento jucundo! Queira a morte aparecer
eu aguardo, como o último suspiro do universo.

FRAGMENTOS - Poesia I

FRAGMENTOS - POESIA - I

Fragmentos de poesia,
grito de alma, triste e atormentado,
oprimido, na coletânea de silêncios
que se amontoam no mundo da utopia.
Silva no ar, um ronco prolongado,
ponte de tédio do ontem e do agora,
martelando frases numa obra abstrata,
enigmática sem rosto, decantada na magia
mensagem de fantasia, vandalizada e jogada fora

Utilizada, caída, esquecida debota no tempo,
como suspiros que jazem no chão da noite,
esmagadas no interlúdio ignóbil do pensamento.

João Murty

ANATOMIA DO POEMA

ANATOMIA DO POEMA

Silabas magoadas, embriagadas,
á solta no berço da ilusão
vogam livres, amaldiçoadas
Encurralado num beco escuro
ingero, frases sem sentido,
dúbio fragmento e desilusão,
mastigo letras que não procuro,
arde-me o sangue, esforço ignoto,
sou poço de febre, um lobo de fogo,
perseguido como um mártir devoto.
Como se tratasse de um jogo,
cospem, palavras seladas na obrigação,
em escrita boçal, sem sentimento.
Por onde andas musa?
é da poesia , que eu me alimento!

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