Fantasia

NESGA DE AZUL

NESGA AZUL

 

Olhando a falésia escarpada,

Que plúmbea, me abisma o pensamento,

Sinto a minha alma encarcerada,

Ávida de seguir os quatro ventos.

 

Só uma nesga azul é descoberta,

Por onde entra o sol que m’ encandeia,

Nesta paisagem sombria e deserta,

A única razão que me enleia.

 

Mas, penso que apesar da mortalha,

LAVADEIRA

LAVADEIRA

 

Oh! Lavadeira que lavas,

Nas frescas águas do rio,

Amansas as águas bravas,

Quer faça calor ou frio.

 

Nem a frescura das águas,

Apagam o teu fulgor,

Só tu lavas minhas mágoas,

Quando perdes o pudor.

 

Lavadeira que te lavas

E eu tanto m’ inebrio,

PÂNTANO

O pântano entre as florestas
É tão triste ;
Se figura ,num instante ,
Em verde mostro berrante,

Destrói
Peixes ,plantas ofegantes ,
Nadar é impossível ,
Navegar é importante
Sobre as águas insípidas ,
impotentes .

O pântano entre as florestas
É tão feroz!
Tira vida
Tira paz .

É sombrio e terrível
Esse monstro ,
Tão perto do verde das matas ,
Tão próximo do mar ,

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