Geral
O COLIBRI
Autor: fernandoramos on Monday, 7 November 2016SOLIDÃO
Autor: josé João Murti... on Saturday, 5 November 2016(A insónia prolonga-se no tempo e a utopia flui no destempero da poeira palpitante)
Lavro o destino nos dias que não resistem
Às noites amantes, que inusitadas, caem
Pérfidas, incompletas e imperfeitas.
No entardecer reentram as noites e insistem,
Que partindo, prostituem a verdade e saem
Deixando no seu encanto, ilusões desfeitas.
(Esconjurado na incauta génese da ilusão, queria por um momento só, ser sonho. Sonho de luz angélica e exultante)
Lugar certo
Autor: Nereide on Friday, 4 November 2016Para onde vai os meus passos
Passos ligeiros, largos, seguindo o instinto
Presinto que caminho para o lugar certo
Certeza não tenho; mas continuo
Tudo que desejo está à minha frente e, com o passo apressado vou
Não será em vão, um pássaro encantado ao meu ouvido sussurrou:
---É esse o caminho!!
Nereide
Dia de faxina
Autor: Arlete Klens on Thursday, 3 November 2016De repente não mais me conheci.
Estava na frente do espelho e não me vi.
Quem sou,de onde vim?
Sei lá, como esta chegou aqui.
Minhas Sandices, só eu Entendo
Autor: Arlete Klens on Thursday, 3 November 2016UTOPIA?
Autor: António Jesus on Thursday, 3 November 2016Entro na máquina do tempo.
Viajo 365 dias e que vejo?
Alegria e felicidade;
Um Deus único, apelidado
De muitos nomes,
Mas olhado por todos como fonte de paz,
Fraternidade e amor.
Governantes ao serviço do povo
Distribuem riqueza, velam pela saúde,
Investem na educação.
A justiça social impera,
Há entrega em vez de corrupção.
Uma grinalda de luz e cor,
Envolve toda a Terra.
Todos estão nas ruas,
Trazem uma flor branca nas mãos.
Entoam um hino ao AMOR,
HOMEM FEITO MÁQUINA
Autor: António Jesus on Thursday, 3 November 2016O cérebro eletrónico adoeceu.
Há fios retorcidos, resistências queimadas.
Aquela caixa metálica, sempre disponível,
Começa a confundir-se, a errar os cálculos,
A não responder ao programado.
Um ser inútil, afinal.
O cérebro eletrónico morreu.
Sobre ele, debruçam-se, com olhar técnico,
Todos os que o utilizaram em vida.
Todos se interrogam e querem saber:
Que doença misteriosa fez parar,
A máquina inesgotável, sempre pronta,
Que se deixava só, num canto da sala
A CIDADE CRESCE
Autor: António Jesus on Thursday, 3 November 2016A cidade cresce.
Os homens amesquinham-se entre os carros,
Que não têm por onde andar.
Árvores medrosas exibem nos ramos,
Folhas mortas de poluição.
E o homem, animal da orla da floresta,
Enfurece-se, qual fera cativa do cimento que o cerca,
Na nevrose quotidiana, que não ousa compreender,
Por indecifrável e vazia.
A cidade cresce.
As crianças surgem dos buracos das ruas.
Os drogados, vadios, abandonados,
Viram detritos nas portas de tascas e cafés.
FALSA APARÊNCIA
Autor: António Jesus on Thursday, 3 November 2016Pinta de branco o barro cru da jarra tosca.
Coloca-a numa sala entre sofás e livros raros.
Enfia-lhe flores vistosas, colhidas numa estufa.
Põe-lhe um selo, um carimbo, dá-lhe um rosto…
E terás falsa porcelana.
Traça a cinza veios em seu bojo,
Esfrega verniz. Na boca um aro dourado.
Coloca-a sobre um suporte de negro polido.
Dá-lhe lugar vistoso, na sala de visitas.
E terás belo mármore.
Deita-lhe água dentro.
Pouco a pouco…
Cai o verniz, abrem-se brechas na pintura.