Geral

Tumulto

Vejo pontes, portos, paredes, estradas;

Um ponto. – Quero chegar lá.

Uma vírgula. – Estou aqui.

Cansei! Vou subir, elevar…

 

Vejo cordas, escadas, roldanas

Para içar, lançar

Sou flecha

Teso o arco, disparo

Uma bala…

Docinha!

 

Vejo moça, menina, mulher.

Sou homem!

Sou da vida,

Sou da lida,

Labuta, batalha, tarefa.

 

Desperto. Esperto, malandro…

Trafico amor,

Lavo o dinheiro com a lágrima da dor.

Bandido! Ladrão!

Pega! Pega!

Esqueço

Esqueço a dor,

Ignoro o terror, o feio, o sujo…

Me recuso a ficar doente,

A ter medo, destruir…

 

Lembro de sorrir;

De me alegrar com os pássaros,

De extasiar com as flores,

De comer, de beber, de sonhar!

 

Não lembro de ter pena!

Não entendo quem não luta

As brigas da vida.

Não acredito em esmolas!

 

Acredito em doação,

Acredito em desafio,

Em estrelas no céu acima das nuvens,

Em suar no calor

E rir, despencando no chão

FÓSSEIS DE SONHOS

O eco que ouço da minha dor,

(re) bate nas paredes deste infindo vazio,

E por vezes deixa-me insana.

 

Prostro-me imóvel e ciente de;

Não pode tocar,

Não pode realizar,

E nem ao menos sonhar.

 

São fósseis dos grandes sonhos,

Caminhos do qual,

(in) voluntariamente desviei-me.

 

Posso sentir-me desaparecendo aos poucos

Presa em cada devaneio desfeito

Sequelas adornam minha alma

E tento regurgitar-me de mim.

 

Matei as palavras

Matei as palavras

 

Pudera eu dizer-te com palavras

o que carrego dentro,

mas as palavras são sons sem sentido

para o que sinto crepitar dentro.

E as palavras

matei-as,

degolei-as com as minhas próprias veias,

E o silêncio abracei para sempre...

Palavras?!

Para quê?

Se já estão mortas!

Quem com o coração não sente,

Não é com palavras que entende!

agora

AGORA
no meu refúgio tranquilo
sou um homem solitário
AGORA
o meu sonho desapareceu
mas, permaneço iludido
AGORA
nesta velha cabana
alimento a ideia de...
AGORA
permaneço aqui
tão só quanto a lua
AGORA
sob a areia da triste praia
olho o mar
AGORA
já sem esperança
só me resta morrer
AGORA
meu amigo
é O FIM.

Manhãs velozes futuros perdidos

Tu queres o limite obeso da vontade

E da excitação?

Terás da prova o regalo.

Digo-te!

Preparas vossa alma

Para adentrar o maior dos mais profundos buracos

A escuridão maior da não evasiva perdida treva.

 

Bem que assim o fiz

Que assim te digo,

O vulto poeta no exceder de todos jubilosos verões

Veraneios “charmosos” de todas as estações que palpitam

Quentes às severas hóstias de veneno,

Com risadas a valer por tudo.

Bem havia nisso o escárnio indecente

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