Tudo continua
Autor: Rui Correia on Thursday, 10 April 2014Velo a minha felicidade
Sentado ao lado
Da minha multiplicidade
Que me tem abraçado
E, de mão dada com a saudade,
Eu procuro-te no sempre
Enquanto mais uma rosa se abre.
Velo a minha felicidade
Sentado ao lado
Da minha multiplicidade
Que me tem abraçado
E, de mão dada com a saudade,
Eu procuro-te no sempre
Enquanto mais uma rosa se abre.
Na dança ensandecida de amores tão sinceros
Onde flores conhecidas desabrocham cogumelos
Há olhares comedidos que tão logo hão de tê-los
Bem nos veios dessa terra de produtos tão austeros
De vontades conhecidas e desejo alienado
Com perfume emudecido e odor de puro mel
Sobre casas e telhados caminhando até o céu
E por guia diligente algum pardal embriagado
No crescimento displicente e no ensejo tão ambíguo
Comovido ferozmente pela paz que é real
No tronco nobre do carvalho ou na veia do cereal
UM TER
E LER.
DEUS.
AMO
DE TUDO.
DE TUDO.
DE TUDO.
Toda a minha vida
caminhei lentamente
rumo a uma saída
de carácter inexistente.
Via apenas a luz
e fui desgastando o couro
para perceber que tudo o que reluz
nem sempre é ouro.
E agora, sem luz e sem destino,
caminho por caminhar
o caminho divino
dos que caminham
para não parar.
SEJA
Quando tiver que ser.
Seja.
Seja o que for
Seja o que quer
Seja o que der
Forte como o sol
Duro como rocha
Suave como a lua
Seja um ser
Seja você
Seja mais do que é
Leve fé em Deus
Em qualquer deus
Principamente em si mesmo
Seja mãe
Seja Natureza
Surpreenda-se com a vida
E surpreenda tudo que houver vida
Liberte os desejos
E seja livre com eles
Filhos do momento já seguindo a luz do dia
Muito além do firmamento até onde se podia
Na verdade da mentira que se põe em cada passo
E nada deixa, tudo tira, diferente do que eu faço
Irmão de santidade cuja voz nada menciona
Separados pela idade que é sabido, não funciona
Mas é preso pelo pulso, sinfonia tão maldita
Do silêncio que eu já uso em todo o verbo que me dita