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poema de amor...

lanço a rede ao fundo,
para vislumbrar o poema
feito de palavra de nada
ou do que não foi dito ainda,
talvez da palavra calada,
duma porta fechada ou aberta,
alento de minha boca
uma dor que aperta,
memória dum tempo
ou da minha força, já pouca.

será o poema pássaro
que voa para o poente
de asas fatigadas
tocando as águas do mar
rumando à eternidade
docemente,
levando com ele meu olhar?

Questão Tempo

Questão de Tempo

 

Talvez seja tarde demais, tenho plena consciência disso, mas meu coração vai acabar perdoando. Sei disso porque já tive outras grandes mágoas e hoje não as tenho mais. Porém, essas antigas mágoas e essas pessoas não estão mais na minha vida, nem eu na vida delas.

 

Charles Silva

Entre Ventos e Marés

 

Não delates nunca o que vejo
se abarco os sentidos no olhar!

O que pressinto e que antevejo
é muito mais do que o desejo
de que só eu consigo imaginar.

Sente o rumor desses silêncios,
que serpenteiam suavemente…

Eu sou o fio manso da corrente.
Sou coração de imensidão de mar,
sou olhos de chuva a transbordar.

Sou esboço mesclado e abstrato
escultor de sonhos em rochedos,
actor principal dos meus segredos.

Ah, meus versos

Ah, meus versos

 

Ah, meus versos querem sua autonomia

Querem ser livres e sair a voar

Querem de mim se distanciar e viver na boemia

Só querem uma cousa, amar!

A minha única alegria

E que um dia eles irão voltar.

 

Versos que com tanto amor recebia

Minha devoção que jamais pude eu postergar

Tão distante neste dia

Que somente ao lembrar ponho-me a chorar

Meu acerbado pranto nessa perfídia

Que na elegia pôde se abrigar.

 

Ignomínia que furtara minha alegria

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