Geral

a vida e eu...

a vida e eu...

O tempo marcou-me as feições
nas palavras deixo a mágoa
trago sonhos e ilusões

e os olhos rasos de água
pareço pássaro aturdido
com a luz do entardecer
por entre a folhagem escondido
vou deixando acontecer.

Trago a saudade no peito
como se fosse feitiço
para o qual não há jeito!
Assalta-me a qualquer hora
é viagem onde me perco e me invento
me alegro, entristeço,
e anoiteço,
quando de mim se assenhora.

Pedaço de universo

Pedaço de universo

 

Eu não sou eu, sou apenas um pedaço, é que de mim não enxergo tudo, isso é fato. Muitas vezes enveredo pelas partes de mim que eu mesmo desconheço, então perco de vista o lado de mim que já conheço. São encruzilhadas, corredores, labirintos, ruas, montanhas e desertos, para ver-me por completo, tenho que enxergar quase que um universo. Nesse caso sei que não é possível enquadrar-me por completo, então me conformo sendo um pedaço do que sou, dentro de um pequeno universo.

 

Charles Silva

Nostálgico

Nostálgico

Às vezes eu gostaria de viver em outros tempos

Tempos que o romantismo estava na moda

Tempos que o poeta era respeitado

Talvez eu fosse mais feliz naqueles tempos.

 

Imagino-me em outro século

Com as vestes e os costumes já considerados retrógrados

Com um chapéu e um relógio de bolso na mão

Escrevendo meus versos com penas de um parco prosador.

 

Tenho saudades de um tempo que não vivi

Tenho deveras um sonho

Sonho de um dia poder viver assim.

 

Procrastinar

Procrastinar

Às vezes procrastinamos demais

Procrastinar virou algo comum

Delongas tudo se faz delongas

Escusa no senso comum.

 

Execro quem assim age

Quem acha isso profícuo

Eu não acho tal ato idôneo

Acho isso um verdugo para quem o faz.

 

Acabrunhado fiquei ao saber

Que posterguei uma vez

Mormente por não dizer o que deveria.

 

Dir-te-ia mesuras até quixotescas

Comedidas por um devaneio

Mas tudo eram empáfias deveras.

 

Um parco poema

Um parco poema

Fiz um parco poema para você

Parco deveras para você

Queria tê-lo feito melhor,

Mas esse parco poema foi o que eu fiz de melhor...

 

Outrem quando lê-lo dirás parco deveras

Você talvez entenda as quimeras

Devaneio talvez eu fi-lo de revés

O amor que o inspirou está aos seus pés...

 

Parco poema, poema parco,

Feito de revés com intrepidez

Digo-te agora outra vez...

 

Hoje tu te ris, amanhã entenderas,

Que o homem quando ama

Um dia

Um dia

Um dia pensei

Pensei no amor

Amor ideal

Ideal de amor

 

Um dia acordei

Acordei de repente

De repente eu vi

Vi-me feliz

 

Não basta um sonho

Um sonho utópico

Utópico devaneio

 

Já vi muita cousa

Cousa incomum

Incomum é o mundo de quem nunca amou

 

 

Leandro Yossef (30/1/2013)

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