Geral

é este chão que piso...

Já a tarde vai madura
já o sol afrouxou
cantam os pássaros com ternura
e a vida serenou
percorro a estrada do viver
palavras semeio ao vento
a saudade me veio ver
lá vem de novo lamento!
hoje ignoro minha descida
esqueço até a encruzilhada
amanhã se me achar perdida?
nem me darei por achada.

por hoje basta de solidão....

por hoje basta de solidão...quero viver com sofreguidão.

misterioso é esse além...

agora o sol brilha
há no ar o cheiro a flor,
um livro para ler, há amor,
ainda que cem anos viva
não haverá mais a embriaguês
deste momento
esqueço a solidão,
a cor cinzenta
um banco de jardim espera por mim
e me oferece um poema que inventa.

Loucos que dormem

Trajo ao colo feitiço campanário em pico serrano,
Vinhos, soberbas loucuras de estradas e pedras infantis soltas.

Brisas eram palmas e todos cantaram uma canção,
O peculiar doidejo dos aflitos embotados
Neste cênico campeão honroso partir de sol,
Olhos em brilhos e tudo o mais,
Anjos de papel &
Espíritos despidos

Tudo que espera sofre o que é dor
Tudo que vem sofre o ciúme
Outras facas alcançarão
Outras rezas talvez
Talvez não

Ligação Perdida

Ligação Perdida

 

Mágoas não viajam via satélite, as dores não atendem o celular. Há um grito do outro lado da linha, o silêncio denuncia um desespero da alma, numa ligação silenciosa via celular. Tanto as opiniões quanto as dores são severas e divergentes, e por esse motivo não conseguem se comunicar.

 

Charles Silva

HOMENS e homens

HOMENS e homens 

 

Venenoso é usar aquele seu veneno contra você. Pego aquelas suas palavras e faço delas meu escudo contra você. Aquela tua sordidez não é páreo para minha astúcia. Engraçado é ver-te cair naquela armadilha que construíste com todo cuidado e arrogância. Mais engraçado foi ver-te sorrindo mórbida, achando que estavas rindo por último. Aprendi cedo e com sangrentas batalhas, que há mulheres e MULHERES. Enquanto isso tu aprendes que há homens e HOMENS. Apressa-te, tens muito que aprender.

 

Charles Silva

 

Aqueles Olhos Pequenos

Ali, naqueles olhos pequenos

E tão expressivos

Percebo a ausência

De alguma coisa que não sei explicar;

Não sei se falta amor,

Não sei se faltam ideais,

Não sei se falta carinho,

Não sei se faltam planos,

Não sei se falta alguém.

 

Não sei...

(É tanto vazio

Que já não mais há espaço para preencher)

Naqueles olhos pequenos

Onde as estrelas repousam

As lágrimas pelo mundo

Rolam incontinenti, os medos

Por ontem,

Durante hoje,

De amanhã,

As Estações

Nasce o sol!

Uma vida inteira recomeça

Com calor, com amor, com vontade.

Um novo verão

Que Deus refez.

 

E passa o sol, e cai as folhas,

E sopra o vento.

A euforia acaba, começa a seriedade,

A sobriedade do outono

Que Deus mantém.

 

Escurece, vem as nuvens

Sente-se o frio, o cansaço, a solidão

Tempo de pensar, de organizar as idéias,

De ter fé, de acreditar

Com a semente da esperança

Plantada no inverno

Que Deus semeou.

 

De noitinha, ainda desperto

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