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Deixa-me rasgar entre dentes o cadastro
De sombrias dores na carne embutidas,
Deixa-me sufocar o cheiro que alastro,
Serei sempre o mártir das tuas feridas.

Deixa-me ser o que não tem sentido,
Escrever o desinteressante,
Sobreviver no sentido proibido
Sob o letal ar escaldante.

Deixa as minhas palavras arder
Sobre o peito onde nascem
Os suores que as viram crescer,
Rasgando na carne o início da viagem.

Rugas

Rugas

As minhas rugas falam mais de mim do que eu mesmo. Principalmente defronte do espelho no meu banheiro. Mas, cada uma delas tem muitas histórias, muitos conflitos, muitos acertos, muitos erros. Respeito cada uma delas como se fosse novas nuances, novos traços, são muitas, porém são as novas marcas de ontem.

Charles Silva

Reflexos

Percorro avenidas, estou nos becos, nas esquinas, a espreita, e como um felino, mostro meus olhos claros no escuro. Reflexos da luz, reflexos de mim, do meu olhar reflexivo, refletindo cores que não fazem parte do ambiente, são reflexos e tonalidades misturadas, nuances, sombras que exponho a luz refletida na visão de quem passa e olha, mas só vê meus reflexos.

Charles Silva

De Fato

De fato

Que o tempo me leve onde for
Enquanto não, curto a dor do amor
Que de fato não doe, porém é enfático
Infeliz de quem nunca sentiu essa dor
Que não doe, mas nunca deixa de ser fato
Enquanto o tempo me permitir ir
Levo comigo essa dor de fato

Charles Silva

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