Início
Autor: Gonçalo Cardeira on Thursday, 4 July 2013Deixa-me rasgar entre dentes o cadastro
De sombrias dores na carne embutidas,
Deixa-me sufocar o cheiro que alastro,
Serei sempre o mártir das tuas feridas.
Deixa-me ser o que não tem sentido,
Escrever o desinteressante,
Sobreviver no sentido proibido
Sob o letal ar escaldante.
Deixa as minhas palavras arder
Sobre o peito onde nascem
Os suores que as viram crescer,
Rasgando na carne o início da viagem.