CANÇÃO DO LOUCO
Autor: ALEXANDRE CAMPANHOLA on Sunday, 19 May 2013Sob trêmulas sombras ando,
Como um verme desalmado.
Julgais-me um anjo nefando,
À mofa sou destinado!
Em meu mundo vive um bando
De colossos desvairados.
Ouço a voz de um rouco
E à noite, ele me acompanha.
Disse-me ser um dos poucos,
Que de mim não sente sanha.
E, afirma que me fez louco,
Porque a vida é mesmo estranha.
Muitas vezes, um tormento
A luz que me guia invade;
Em veneta, no nevoento
Universo dos covardes,
Eu choro como um avarento
Que não tem mais seu alarde.